Jarda transforma jovens de “desejadas” a “moribundas”

Jarda transforma jovens de “desejadas” a “moribundas”

Adolescentes e jovens de diferentes idades, doentes e algumas com as nádegas a apodrecerem, por terem injectado biopolimeros sintéticos, a famosa “jarda”, na busca do corpo perfeito, procuram por ajuda médica. Os kuduristas K2 e Preta Maldita alertam sobre os perigos, através da campanha Stop Jarda

No momento em que a urna contendo os restos mortais da bailarina e cantora Julieta Gomes Manuel, mais conhecida por Joelma Paraíso, integrante do grupo as “Rabudas do Cassenda”, descia a uma dos buracos do Cemitério da Camama, a sua amiga e colega de arte, Preta Maldita, concluiu ser a altura de retirar a jarda que a torna uma das mulheres mais “avantajadas” do país.

Caso contrário, em seu entender, poderá ser a próxima artista a ser sepultada por causa de doenças provocadas pela injecção excessiva de anabolizantes no organismo. À saída do cemitério, no dia 27 do mês transacto, dezenas de pessoas, segundo ela, chingavam todas aquelas que “jardaram” que poderiam ser as próximas. Essa situação, associada às imagens do corpo de Joelma Paraíso num dos leitos do hospital Josina Machel, que circularam nas redes sociais, bem como os comentários nada abonatórios a respeito do que ela fez em vida, reforçaram a sua convicção de que chegou a hora de a retirar. A artista morreu no dia 24 de Maio, no referido hospital.

A jovem, nascida há 30 anos, cujos pais atribuíram o nome de Maria do Carmo Domingos, chorava não só pela morte da amiga, como por si própria e pelos seus dois filhos, de 13 e 11 anos que poderão ficar órfãos de mãe, se não conseguir ajuda para retirar os medicamentos que estão no seu sangue. Uma “maldição” que não associa ao prefixo, Maldita, que escolheu para complementar o nome artístico, por influência das suas amigas que reconhecem a persistência, como uma das suas virtudes, e a teimosia, como um dos seus defeitos. Em entrevista a OPAÍS, Preta Maldita contou que decidiu recorrer a este método para concretizar o seu desejo de ter corpo avantajado em 2014.

Um ano depois de se separar do pai dos seus filhos, com quem viveu sete anos, a contar dos seus 18 anos de idade. Porém, conta que, quando vivia maritalmente, jamais pensou em tal prática. A ideia surgiu ao tomar conhecimento de que uma sua amiga fez. Através dela conheceu um jovem, cujo nome optou por não revelar, que aplicava as injecções em troca de 200 mil Kwanzas por cada ciclo. A quantidade de ciclo vária em função do tamanha que se pretende ter das nádegas. Neste valor não está incluso o montante das ampolas, seringas, álcool e algodão.

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