Dirigente da FNLA contra a recandidatura de Ngonda

Dirigente da FNLA contra a recandidatura de Ngonda

Joveth de Sousa justifica que Lucas Ngonda, há mais de 10 anos à frente do partido, deu sinais de incompetência para liderar, pelo que deve deixar a organização para outros que possam fazer melhor

Em entrevista ao Jornal OPAÍS, sustentou que, apesar de os estatutos não limitarem o mandato do presidente do partido, está mais que evidente que Ngonda não será um valor acrescentado para os próximos anos.

Isto está claro que não fará uma coisa nova do que não fez esse tempo todo à frente do partido”, declarou, acreditando que, caso Ngonda avance com a sua recandidatura saíra copiosamente derrotado do conclave.

Denunciou que o que pretende Ngonda é manter-se no topo da FNLA para tirar dividendos financeiros e materiais, recordando que, desde a sua ascensão à liderança, o partido está cada vez mais a “definhar”.

O desabafo de Joveth de Sousa cruza com as declarações contestatárias do demissionário secretário- geral (2010-2013), David Alberto Mavinga, numa entrevista concedida em Abril do ano em curso, em que desaconselhava Lucas Ngonda a concorrer para mais um mandato, sob pena de levar o partido à extinção nas próximas eleições gerais de 2022.

Alteração da data do congresso

Joveth de Sousa, que é candidato à liderança da FNLA no V congresso ordinário, enalteceu a decisão do Tribunal Constitucional(TC) de travar a realização deste conclave, que estava previsto para de 16 a 19 de Junho, em Luanda.

A decisão decorre de uma providência cautelar requerida a este órgão jurisdicional pelo suspenso secretário-geral, Pedro Macumbi Dala, afastado compulsivamente do cargo pelo presidente do partido, Lucas Ngonda, em Junho do ano passado por divergências, tendo sido substituído por Pedro Aguiar.

O entrevistado entende que a alteração da data, cujo conclave deve realizar-se a meio de Agosto do ano em curso, vai permitir que os candidatos voltem a contactar os seus eleitores para junto destes reapreciarem os seus programas de acção e partirem com mais confiança para alcançarem os seus propósitos.

O intervalo, segundo ainda a fonte, de mais de 60 dias, servirá também para os candidatos e os militantes reflectirem como tirar o partido da letargia em que se encontra, dando-lhe um novo rumo para recuperar o seu lugar no gráfico dos partidos políticos com o assento na Assembleia Nacional. Segundo o jovem político, esta é a ideia que converge os candidatos à disputa do cadeirão máximo do partido, com a excepção do actual líder que concorre à sua própria sucessão, apesar da sua avançada idade(81 anos), completados no dia 7 de Abril, acusou.

de Lucas Ngonda, concorrem à liderança do partido Fernando Pedro Gomes, Laiz Eduardo, Joveth de Sousa e Tristão Ernesto.

Refira-se que a decisão do Tribunal Constitucional está a ser aplaudida pela ala do veterano e nacionalista Ngola Kabangu, que, devido à falta da conclusão do processo interno de reconciliação, decidiu não participar no conclave, inicialmente previsto para Junho.