Aumento do salário mínimo nacional só com ambiente para um benefício real

Aumento do salário mínimo nacional só com ambiente para um benefício real

A garantia é do ministro de Estado da Coordenação Económica que condiciona tal desiderato a um árduo trabalho que concorra para a criação de uma robusta riqueza nacional e que redunde na criação de oportunidade para tal. O governante não negou, mas também não confirmou o anúncio de um outro membro do executivo tornado publico recentemente

Segundo o ministro de Estado para a Coordenação Económica, Manuel Nunes Júnior, “temos que trabalhar para criar a riqueza necessária que permita aumentos, para que tais não sirvam apenas para aumentar a inflação, mas que sejam derivados da produtividade da economia”.

O governante respondia a uma questão colocada por um jornalistas na conferência de imprensa ontem realizada e que visou debruçar- se sobre a quinta avaliação do FMI ao programa de Assistência Ampliada (EFF), a qual participaram igualmente os titulares das pastas das Finanças, da Economia e Planeamento e o Governador do Banco Nacional de Angola.

O governante garantiu que a medida que a economia nacional for criando “mais riqueza, certamente vai ser possível ajustar os salários e fazer com que todos beneficiem”. A questão do aumento do salário mínimo nacional voltou à ribalta trazida pelo jornal “Mercado”, que cita o secretário de Estado da Administração Pública, Vânio Americano.

Segundo ele, o Executivo prepara um aumento dos salários na função pública, face à depreciação da moeda e a consequente perda do poder de compra dos funcionários públicos.

O anúncio terá sido feito na segunda edição do Briefing do Ministério da Administração Pública, Trabalho e Segurança Social (MAPTSS), realizado recentemente em Luanda.

Vânio Americano disse que foi criada uma comissão que fez um estudo exaustivo sobre o salário mínimo nacional e apresentou-o, recentemente, à direcção do MAPTSS, tendo esta já partilhado a informação com a ministra das Finanças, Vera Daves de Sousa. Mas o aumento dependerá da disponibilidade financeira, apesar do mesmo entender que “se deve fazer um acréscimo dos vencimentos a um limite que garanta a compra da cesta básica”.

Entretanto, no seu pronunciamento na conferência de imprensa de ontem, o ministro de Estado da Coordenação Económica, não confirma nem desmente o anúncio. Assegura que uma operação do género fica completamente condicionada ao “sentido das políticas económicas” em curso e que concorrem para a estabilização macro-económica.

“O sentido das políticas económicas que nós estamos a gizar é trabalhar sempre para que haja aumento da riqueza nacional para que todos se beneficiem não de uma maneira artificial, mas real”, disse.

Nunes Júnior advertiu que um aumento que não esteja assente nos pressupostos do crescimento da renda nacional seria artificial. Igualmente, considera que seria mais um factor de estrangulamento do que propriamente um benefício.

O governante deixou transparecer que o pior da crise económica estará a desvanecer-se, esperando que 2020, se não registar um decréscimo como foi ocorrendo nos últimos exercícios económicos, ao menos seja um ano de estabilização, o que poderá ser um factor determinante para pensar-se em “crescimento no futuro”.