Sonangol vende participações em blocos para suportar exploração e produção

Sonangol vende participações em blocos para suportar exploração e produção

A Sociedade Nacional de Combustíveis de Angola (Sonangol) está a alienar, de forma parcial, participações detidas em oito blocos petrolíferos para reavaliar a carteira de investimento, garantir o cumprimento e a implementação da sua estratégia de exploração e produção, passando de 2 para 10%, até 2027

Trata-se de participações detidas em blocos em offshore e onshore, na sua maioria em produção, e outros em exploração e desenvolvimento, entre os quais o Bloco 03/05, onde a Sonangol prevê vender entre 15 e 20%, igual percentagem para o 4/05, e o 15/06, com uma alienação de até 10%.

A lista da Sonangol, apresentada nesta Segunda-feira, 14, no acto de lançamento do processo de alienação, integram também o Bloco 18, onde prevê-se desinvestir até 8,28%, o 23, com uma venda exposta entre 30 a 70%, igual número para o 27, e o 31, até 10%.

Com reservas remanescentes, a Sonangol quer, com estas vendas, assegurar os compromissos da empresa nos blocos em que apoia como parceiro e garantir o contínuo investimento nas concessões em que opera.

De acordo com o presidente da Comissão Executiva da Unidade de Exploração e Produção (UNEP), Ricardo Van-Deste, a companhia quer, de igual modo, reduzir a sua exposição financeira e o interesse participativo, primando por uma gestão eficiente dos direitos de levantamento de petróleo bruto da Sonangol.

Aos investidores interessados neste processo, a petrolífera nacional garante entrada célere no mercado angolano, sem ser por meio de concurso público ou negociação directa, caso cumpram com os requisitos necessários para serem considerados associados da concessionária nacional.

Nestes blocos, a Sonangol diz que os investidores vão deparar-se com a redução de riscos geológicos e financeiros para os activos em produção, além da existência da partilha dos esforços e risco financeiro para os blocos, em fase de exploração.

Localizado na Bacia do Congo, (offshore), o Bloco 3/05, por exemplo, dispõe de 54 poços perfurados (33 pesquisa e 22 em avaliação).

Neste bloco existe oito campos em produção como Pacassa, Búfalo, Palanca, Impala-Sudeste, Cobo, Pambi e Combo, além de 11 plataformas de produção e de processamento.

Este tem ainda de reservas 121 48 milhões de barris de crude, com uma produção acumulada de 1.387 milhões de barris.

Em produção desde Abril de 2009, o Bloco 4/05, localizado na Bacia Marítima do Congo, dispõe de sete poços de desenvolvimento com reservas estimadas em 143 milhões de barris certificados.

As características dos outros seis blocos também foram apresentadas aos potenciais investidores, que terão de submeter as suas propostas à Sonangol, até ao dia 06 de Agosto do ano em curso.

O lançamento do processo foi testemunhado pelo ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, Diamantino Azevedo.

Necessidades financeiras na ordem dos USD sete mil milhões

A Sociedade Nacional de Combustíveis de Angola (Sonangol) tem necessidades financeiras cifradas em sete mil milhões de dólares, até 2027, para suportar o conjunto de compromissos financeiros em carteira.

De acordo com o administrador executivo da petrolífera, Joaquim de Sousa Fernandes, trata- se de despesas e compromissos voltados em investimentos de campos em desenvolvimento, manutenção dos equipamentos, pagamento de dívidas junto da banca e do “cash call” (operações de antecipações financeiras solicitadas pelo operador).

Falando à imprensa, nesta Segunda- feira, 14, à margem da cerimónia do lançamento do processo de alienação parcial das participações de 8 blocos petrolíferos, Joaquim Fernandes, lembrou que a dívida da Sonangol rondava os 900 milhões de dólares, até finais de 2020.

O referido volume está relacionado com aquisições ainda não pagas de combustível, despesas em investimento de manutenção dos equipamentos e outros serviços.

Sem avançar as estimativas financeiras feitas com a alienação parcial dos 8 blocos petrolíferos, Joaquim Fernandes disse estarem mais focados em tudo quanto representa os compromissos que a Sonangol tem em perspectivas para o desenvolvimento.

“Também queremos trabalhar naquilo que consideramos mais importante no mundo, que é a transição energética”, apontou.