Diocese de Benguela celebra jubileu com ordenação de 24 padres

Diocese de Benguela celebra jubileu com ordenação de 24 padres

No quadro do jubileu dos 50 anos de existência, 24 diáconos vão ser ordenados a padres, em cerimónia eucarística a ser presidida por Dom José Tolentino Mendonça, cardeal do Vaticano, convidado propositadamente para a referida actividade, a realizar-se no dia 20 de Junho, Domingo. A missa solene, que visa encerrar as festividades, vai ser concelebrada por todos os bispos de Angola, na Capelinha de Nossa Senhora dos Navegantes, em Benguela

Os caminhos de bispos da Conferência Episcopal de Angola e São-Tomé, vigários episcopais, sacerdotes, religiosos de vida consagrada e entidades civis da província, no dia 20 de Junho, vão dar à Capelinha dos Navegantes, local escolhido para a acolher a missa solene de ordenação de 24 diáconos a sacerdotes para a messe do Senhor.

Nessa altura, como sublinhou o porta-voz da Diocese de Benguela, padre Zeferino Capoco, em entrevista exclusiva ao Jornal O PAÍS, estão a ser criadas as condições objectivas para a realização da missa, estando asseguradas, igualmente, as condições de biossegurança, na perspectiva do combate à pandemia da Covid-19.

A nível de Angola, a diocese de Benguela, com mais de 200 padres, é das que mais ordenam e enviam sacerdotes para o estrangeiro. Segundo o padre Zeferino Capoco, tal facto obedece a programas dos bispos desta diocese, de Dom Amaral dos Santos a Dom António Jaca, com uma aposta forte na pastoral das vocações, quer masculinas quer femininas.

“Isto, na Diocese de Benguela, ao longo destes 50 anos, os bispos dinamizaram, nomeadamente Dom Óscar foi um bispo incansável. Até entrava em casa das famílias para falar com os pais e explicar- lhes o valor e a importância de os pais darem os seus filhos à Igreja, darem-nos educação cristã e isto despoletou, digamos assim, num número maior de jovens (rapazes e raparigas) que se despertaram para a vida religiosa”, justifica o também jurista, que, no quadro do jubileu dos 50 anos, vai lançar duas obras literárias, sendo uma sobre o Estudo de Direito Constitucional Angolano (por ocasião dos 10 anos da Constituição) e a outra é um “Breviário Histórico da Diocese de Benguela”.

Nesses 50 anos, segundo disse, houve uma aposta forte na formação do homem, por via dos seminários, nomeadamente o médio (Propedêutico), de Filosofia e, por último, de Teologia, acabando por absorver um número considerável de jovens.

Ainda não se sabe como é que está articulado o programa das colocações dos diáconos que vão ser ordenados a padres no dia 20 de Junho, mas o porta-voz acredita que a maioria dos 24 ordenados vai trabalhar na diocese, regressando às paróquias onde fizeram os estágios diaconais, mas outros poderão ser enviados para fora da diocese e, quiçá, para o estrangeiro.

“Mas tudo isso saberemos no Domingo, quando forem anunciadas as colocações e os envios dos novos padres. As particularidades para estas ordenações é que juntam dois grupos que fazem, no total, 24 novos padres”, refere.

A missa solene vai ser presidida pelo cardeal José Torentino. Nascido no Lobito e baptizado na Paróquia de São Pedro no Liro, o cardeal Dom José Torentino, que dirige a biblioteca da Santa-Sé, em Roma, uma das mais antigas e históricas instituições bibliotecárias no mundo, vai, igualmente, presidir, em Benguela, a uma conferência magna sobre o “significado do Jubileu na Bíblia”.

Saliente-se que a Diocese de Benguela foi criada a 6 de Junho de 1970 pelo Papa Paulo VI, tendo Dom Amaral dos Santos sido o seu primeiro bispo. Pela Diocese, passaram Dom Óscar Braga e Dom Eugénio Dal Corso. O Bispado é, actualmente, presidido por Dom António Jaca.

Constantino Eduardo, em Benguela