É de hoje…Malária

É de hoje…Malária

Em tempos de Covid 19, que já vai fazendo muitas vítimas e infectando muitas outras pessoas, alimentava, de forma explosiva, a ideia de que o Executivo se tivesse esquecido da luta contra a malária, por sinal, o maior vilão em Angola.

Esta tendência, alimentada por vários sectores, incluindo das organizações de defesa dos médicos e dos enfermeiros, começou a ganhar alguma consistência com os pronunciamentos de alguns técnicos do sector e, igualmente, a divulgação de fotos e vídeos sobre o que se vive nos hospitais públicos.

Até ontem, ainda era visível, em determinados círculos, a proliferação deste tipo de dados, em muitos dos quais se propagava a tese de que o Executivo se tinha esquecido da malária. Na verdade, tal como adiantou ontem a ministra da Saúde, Sílvia Lutukuta, ‘houve um grande investimento também para se combater a malária’, até porque já se sabe que, por esta época do ano, os números disparam e as mortes acabam por assombrar tudo o que de bom está a ser feito no sector.

Ainda bem que muitos dos equipamentos adquiridos para o combate à Covid-19 estejam a ser usados neste plano de contingência que visa reduzir, ao máximo, as vítimas da malária, que a responsável da Saúde aponta em 5573, um número significante.

Apresentando-se como a responsável da última parte da cadeia, aquela que recebe já os pacientes, alguns dos quais em Estado crítico, a ministra aponta – e com razão- para a necessidade de solução de outros problemas, como o saneamento, para se atenuar o quadro que se vive.

Mesmo que ainda existam problemas, sabendose que eles não terminam da noite para o dia, o facto de as autoridades se mostrarem disponíveis para abordar o que vem sendo feito acaba também por devolver esperança aos próprios cidadãos.

É bom saber, por exemplo, como frisou a governante, que há uma regressão de casos em Benguela, uma das províncias do país mais afectadas pela doença, assim como a criação de facto das pediatrias satélites e a disponibilização de medicamentos para que os doentes não regressem às suas casas nem eles.

Na verdade, não fazia sentido – nem fará sentido qualquer dia- que se mantenham fechadas unidades sanitárias, enquanto crianças e até adultos são submetidos a condições menos boas em algumas instituições.

Como o Executivo garante ter adquirido medicamentos, em quantidades que permitem que os pacientes tenham acesso a partir dos hospitais, então que se reforce a vigilância, por forma a travarem- se os possíveis desejos daqueles que não se coíbem de desviar qualquer coisa pública que lhes aparece.