“Falta de revisão salarial atira antigos combatentes à condição de miséria”, alerta associação de defesa

“Falta de revisão salarial atira antigos combatentes à condição de miséria”, alerta associação de defesa

A organização de defesa considera-se abandalhada pelas entidades de direito e advoga que os actuais 23 mil kwanzas que os antigos combatente recebem mensalmente não cobrem as necessidades, nem dignificam esta franja da sociedade responsável pela paz e estabilidade social que o país vive hoje

A revisão da tabela salarial, contabilizada em 23 mil kzs/ mês, é uma luta que os antigos combates vêm travando há anos, mas que, até ao momento, não foi atendida pelo Governo, situação que deixa esse grupo da sociedade agastado, como disse, a OPAÍS, o membro de direcção do Fórum dos Antigos Combatentes da Batalha do Cuito Cuanavale ( FECOBAC), Espírito Santo Malanga.

Face ao cenário, os antigos combatentes e veteranos da pátria, representados pelo FECOBAC, consideram-se abandalhados e esquecidos pelas políticas públicas do Executivo que visam uma assistência condigna a estes cidadãos. De acordo com Espírito Santo Malanga, há muitos anos que a sua associação e outras ligadas à defesa dos antigos combatentes vêm se manifestando contra a avença mensal de 23 mil kzs por não cobrir as despesas básicas, nem dignificar todo o esforço consentido para que a Angola de hoje tivesse a paz que todos os angolanos desfrutam.

Conforme explicou, os antigos combatentes e veteranos da pátria debatem-se com problemas ligados à falta de habitação condigna, patenteamento, assistência médica e outras de natureza básica que não sendo resolvidas deixa o grupo numa situação de vulnerabilidade e miséria.

Segundo o também major das Forças Armadas, as condições sociais dos antigos combatentes, à luz das leis, têm sido uma lástima porque não se faz sentir, tendo mesmo lamentado que “os antigos combatentes não têm valor no seu próprio país e estão relegados ao abandono” . Para Espírito Santo Malanga, os homens e mulheres, hoje atirados à condição de antigos combates, no passado deram o seu tributo pela pátria e em momento algum pensaram em receber alguma compensação.

Mas, actualmente, frisou, com o país organizado, há toda a necessidade de os compensar pelo seu contributo a favor da paz e da soberania nacional. “Muitos perderam a sua juventude por esta causa e não tiveram a oportunidade de realizar a sua formação académica. Hoje não podemos aceitar que o antigo combatente viva uma vida de mendigo, num país em que nos identificamos como um país rico”, defendeu. Para o militar, com o advento da paz chegou o momento de o país olhar para os seus filhos.