Gangue de raptores chineses factura mais de um milhão de dólares

Gangue de raptores chineses factura mais de um milhão de dólares

De acordo com o SIC, os raptores exigiam dos familiares das vítimas na China, numa primeira fase, um resgate de um milhão de Renminbis/yuan, equivalente a mais de 2 milhões e 500 mil dólares, porém, no decorrer das negociações foi reduzido para 780 mil Renminbis (cerca de um milhão de dólares)

Um milhão de dólares americanos e 3 milhões de kwanzas é o montante que a família de um casal de empresário de nacionalidade chinesa teve de pagar aos seus conterrâneos que o raptaram e mantiveram sob tortura por 20 horas, em Luanda, para os libertar com vida, em companhia do seu motorista angolano.

O porta-voz do SIC-Luanda, superintendente Fernando de Carvalho, disse que a partir da China os familiares do casal transferiram 400 mil Renminbis/yuan (moeda chinesa), equivalentes a um milhão de dólares, através de um aplicativo bancário instalado num telemóvel das vítimas, para a conta da esposa de um dos raptores que também lá se encontra. Ao passo que a transferência de 3 milhões de kwanzas foi feita pelo próprio cidadão Lian Dong Xa, de 52 anos, em Luanda, para a conta bancária em nome de um dos suspeitos, domiciliada no Banco Sol.

De acordo com o SIC, os raptores exigiam dos familiares das vítimas na China, numa primeira fase, um resgate de um milhão de Renminbis/yuan, equivalente a mais de 2 milhões e 500 mil dólares, porém, no decorrer das negociações foi reduzido para 780 mil Renminbis.

Para concretizarem o seu plano maléfico, os marginais torturaram as vítimas psicológica e fisicamente e as fotografaram algemadas, amarradas e com hematomas e, acto contínuo, as enviaram aos seus familiares, por via de uma rede social. Anunciavam, assim, que se não satisfizessem as exigências eles seriam mortos.

“Devido a essa acção psicológica, os familiares, localizados na China, de um dos raptados conseguiram fazer a transferência de 400 mil Renminbis, equivalentes a um milhão de dólares. Este dinheiro encontra-se na conta da mulher de um dos malfeitores lá na China”, frisou Fernando de Carvalho.

No entanto, enquanto isso, os familiares das vítimas denunciaram o que se estava passar às autoridades policiais chinesas e essas entraram prontamente em contacto com a sua congénere angolana, através da Embaixada em Luanda. Através de um trabalho conjunto, os operacionais do SIC conseguiram localizar a residência onde estavam as vítimas sob cativeiro.

Os investigadores detiveram os três chineses, de 30 e 36 anos, que orquestraram e executaram o crime. Em posse deles foram apreendidas uma pistola, munições, uma faca, uma catana, cartões multicaixas e telemóveis.

As vítimas, dois empresários chineses e um tradutor angolano de 53, 51 e 31 anos, respectivamente, foram atraídas para um alegado negócio, no dia 27 de Agosto, no Benfica por um dos presumíveis marginais.

No entanto, o trio foi abordado na via pública, no bairro Zona Verde, no município de Belas, pelos marginais, um dos quais empunhando uma pistola do tipo Makarof. Temendo pelas suas vidas, optaram por acatar as ordens que lhes eram dadas.

Em função da tortura, uma das vítimas encontra-se hospitalizada com três costelas fracturadas.

O superintendente Fernando de Carvalho explicou que, deste modo, os malfeitores poderão responder criminalmente pelos crimes de rapto, cárcere privado e agressão física.