Trabalho por conta própria absorve grosso da população empregada em Angola

Trabalho por conta própria absorve grosso da população empregada em Angola

Os trabalhadores por conta própria dominaram o grosso da população empregada em Angola, no segundo trimestre do corrente ano, tendo assumido uma posição de 32,1% sobre o total do pessoal com emprego, estimado em mais de 10,7 milhões de pessoas, no período. A informação consta do mais recente “Inquérito ao Emprego em Angola”, elaborado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE)

A situação de emprego por conta própria sem trabalhadores absorveu a maioria da população empregada, em Angola, no segundo trimestre de 2021, tendo esta franja de trabalhadores atingido uma posição de 32,1% sobre o total do pessoal com emprego, no período.

De acordo com o INE, a população empregada, no país, ficou estimada em 10. 715 .234 de pessoas, no segundo trimestre de 2021, o que, em termos de variação trimestral, representou uma redução de 1% em relação ao primeiro trimestre do ano em curso, significando que no intervalo entre um período e o outro mais de 105,9 pessoas deixaram de pertencer à classe dos empregados, no país. Mas, em termos anuais, estes números representam um aumento de mais 490 mil pessoas empregadas (6,4%), em relação ao segundo trimestre de 2020.

Em Angola, a maioria das pessoas empregadas encontra-se no sector informal 79,7% (8.543. 619 pessoas), das quais 70,8% são homens (3.746.770 pessoas) e 88,5% mulheres (4. 796. 849 pessoas), segundo o INE.

No segundo trimestre de 2021, a maioria dos empregados no sector informal foram trabalhadores por conta própria sem trabalhador (3. 297. 950) e trabalhadores familiares sem remuneração (3.213.619).

A análise dos dados, elaborada pelos técnicos do INE, demonstrou que a taxa de emprego informal é maior na área rural que na área urbana (93,4% e 65,6%), respectivamente. No levantamento feito, constatou-se que o grupo etário, com 15-24 anos, apresenta a taxa de informalidade mais alta com 92,5%.

Segundo os dados do INE, em Angola, mais da metade (55,3%) da população empregada encontra- se no sector da agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca (5. 930. 493 pessoas), seguido do comércio a grosso e a retalho com 18,6% (1. 998. 251 pessoas).

Taxa de desemprego aumenta para 31,6%

Por outro lado, o órgão que vela pelas estatísticas nacionais indica, no seu mais recente relatório sobre a matéria, que a população desempregada foi estimada em 4. 960. 162 pessoas, no período em referência, tendo correspondido a um aumento de 4,6% (216.142 pessoas) em relação ao primeiro trimestre de 2021 e, consequentemente, um aumento na taxa de desemprego de 1,1 pontos percentuais, passando de 30,5% no primeiro trimestre, para 31,6% no segundo trimestre.

Entre a população desempregada com 15 ou mais anos, 2. 274. 777 são homens e 2. 685. 386 mulheres. A taxa de desemprego na população com 15 ou mais anos foi estimada em 31,6%, sendo 33,1% para as mulheres e 30,1% para os homens, representando uma diferença de 3,0 pontos percentuais.

Em relação à taxa de desemprego na área urbana (42,6%), esta foi quase três vezes superior à da área rural (16,2%), com uma diferença de 26,4 pontos percentuais. Já a taxa de desemprego nos jovens com 15-24 anos situou-se em 57,7%, com uma diferença de 1,3 pontos percentuais entre homens e mulheres.

Em termos anuais, a população desempregada aumentou 3,9%, que corresponde a 187.785 pessoas em relação ao trimestre homólogo de 2020, segundo dados do INE.

António Nogueira