Aumento de receitas não-petrolíferas anima agência de notação financeira

Aumento de receitas não-petrolíferas anima agência de notação financeira

O aumento das receitas não petrolíferas e as perspectivas da subida do preço do petróleo estão a contribuir para o optimismo das agências de notação financeira, sobre a economia nacional, afirmou, esta Quarta-feira, em Ndalatando, Cuanza-Norte, a ministra das Finanças, Vera Daves

Segundo a ministra, o optimismo destas agências está a ser impulsionado pelos resultados das reformas económicas implementadas pelo Executivo.

Esta situação, continuou, está a melhorar o desempenho fiscal e as contas públicas, não obstante a pandemia da Covid-19 que agravou, ainda mais, as condições financeiras do país e a fragilidade das receitas.

Vera Daves falava à imprensa à propósito da decisão da agência de notação financeira Moody’s que reviu em alta o rating da dívida soberana de Angola, antevendo um crescimento económico este ano.

Explicou que a notação do risco de crédito de Angola com “Up Great” proporciona, em termos práticos, benefícios ao país, na forma como as instituições financeiras e investidores estrangeiros o percepcionam.

Ajuda ainda o país na sua capacidade de obter financiamento em melhores termos e a taxas de juros mais baixas.

“Quanto mais alta for a notação de risco de crédito de Angola, mais fácil vai conseguir financiamentos com juros baixos. Isso tem impacto na capacidade do país em financiar projectos, no serviço da dívida e na forma como os potenciais investidores olharão o país. Por isso, a narrativa de atraccão de investimento privado também é mais fácil”, explicou a ministra.

Nessa nova notação, apontou, foi elogiada a estabilidade cambial, o crescimento das reservas internacionais líquidas e a gestão da dívida. Nesse capítulo, sublinhou, Angola está a adoptar uma postura conservadora na concessão de novos financiamentos, com aposta no alargamento da base tributária para que o endividamento seja no limite das necessidades do país.

Vera Daves destacou a resiliência das contas públicas que permitiu alcançar, em 2020, um défice inferior ao esperado, adiantando que o Governo está a trabalhar para que o ano de 2021 termine sem défice orçamental.

“Está a correr tudo bem, havendo indicadores de que o país possa ter nesse exercício económico um superavit”, frisou.

Referiu que o Executivo está a fazer tudo para que se mantenha o bom desempenho das contas públicas, não obstante as adversidades.

Para isso, continuou, o ministério vai continuar a advogar a melhoria da qualidade das despesas públicas, por via da interacção que tem mantido com as diferentes unidades orçamentais, tendo em conta as limitações financeiras do país. Vera Daves salientou que o foco do Executivo continuará a ser a agenda da reforma tributária, a consolidação fiscal, a estabilização macro-económica, com ênfase na economia real, melhoria do ambiente de negócios e geração de emprego.