BAI, BFA e BIC lideram financiamentos ao OGE no II trimestre de 2021

BAI, BFA e BIC lideram financiamentos ao OGE no II trimestre de 2021

Entre os bancos comerciais, o BAI foi a instituição bancária em Angola que mais desembolsou dinheiro para financiar o OGE, na vertente da dívida contratual, tendo garantido, por esta via, mais de 46,8 mil milhões de kwanzas ao Estado angolano

Os bancos Africano de Investimentos (BAI), de Fomento Angola (BFA) e o Internacional de Crédito (BIC) lideraram a lista de bancos comerciais que mais financiamentos garantiram ao Orçamento Geral de Estado (OGE), no segundo trimestre do ano em curso, no capítulo da dívida interna.

A informação consta no relatório de execução do OGE-2021, referente ao segundo trimestre do presente ano, no qual consta que, entre os bancos comerciais, o BAI foi a instituição bancária em Angola que mais desembolsou dinheiro para financiar o OGE, nos termos da dívida contratual, tendo garantido, por esta via, mais de 46,8 mil milhões de kwanzas ao erário público.

O BFA segue na lista, em segundo lugar, ao garantir um desembolso de mais de 45,3 mil milhões de kwanzas, seguido do Standard Bank com pouco mais de 33 mil milhões de kwanzas.

Num outro prisma, a nível dos Bilhetes de Tesouro (BT), o ‘Top 3’ dos financiamentos ao OGE, no segundo trimestre, foi liderado pelo BIC que aplicou, no período, um total de mais de 135,9 mil milhões de kwanzas em dívida pública.

O banco liderado por Fernando Teles é seguido nesta lista pelo BFA com desembolsos que ascenderam a 129,5 mil milhões de kwanzas, surgindo em terceiro lugar o BAI com pouco mais de 98 mil milhões de kwanzas.

Já ao nível das Obrigações de Tesouro (OT), em moeda nacional, os financiamentos ao OGE, no segundo trimestre, foram garantidos, nomeadamente pelo BFA (mais de 1,8 biliões de kwanzas), Banco de Poupança e Crédito (BPC), com pouco mais de 1 bilião de kwanzas e o BAI, com cerca de 991 mil milhões de kwanzas.

Os financiamentos ao OGE foram também garantidos por via da emissão de OT, em moeda estrangeira, sendo que neste particular o BAI surge na linha da frente ao dispender cerca de 727 mil milhões de kwanzas, equivalente à data das operações a mais de 1,1 mil milhões de dólares.

O BFA, com um desembolso de mais de 564 mil milhões de kwanzas (pouco mais de 875 milhões de dólares) e o Millennium Atlântico, com cerca de 449 mil milhões de kwanzas (aproximadamente 700 milhões de dólares), completam a lista dos bancos comerciais que, ao nível da dívida pública interna, na vertente OT, em moeda nacional, mais financiaram o Estado angolano, no período em referência.

Serviço da dívida ascende a 875 mil milhões kz

O serviço da dívida interna, segundo dados do Ministério das Finanças, incorpora reembolsos de capital e juros de empréstimos de dívidas contraídas pelo Estado no mercado nacional. No segundo trimestre de 2021, o serviço da dívida interna correspondeu a 875,2 mil milhões de kwanzas, representando uma redução de cerca de 20,4% face ao período homólogo de 2020.

Este serviço, segundo ainda o Pelouro liderado por Vera Daves, é referente ao pagamento de capital na ordem dos 595 mil milhões, representando uma participação de 68% sobre o serviço total da dívida interna.

Ainda do total de serviço da dívida interna apurado, 279 mil milhões de kwanzas corresponderam a juros, com uma participação de 32% e 206 milhões de comissões sobre o serviço total da dívida interna, com uma ligeira participação de 0,02%.

De acordo com os dados oficiais, a 30 de Junho de 2021, o stock da dívida interna de Angola situava-se em 12,1 biliões de kwanzas, equivalente a 18,8 mil milhões de dólares, representando um aumento em cerca de 10% face ao segundo trimestre de 2020.

A dívida interna compreende a dívida titulada e a dívida contratual. O primeiro pacote compreende os Bilhetes do Tesouro (BT) e as Obrigações do Tesouro em Moeda Nacional (OT MN) e as OT em moeda externa. Já a dívida contratual, integra os contratos de mútuo entre o Estado angolano e as partes interessadas em negociar a dívida pública.

António Nogueira