É de hoje… Ainda as estradas

É de hoje… Ainda as estradas

A recuperação das estradas em Angola tem sido um dos principais quebra-cabeças para os automobilistas por causa da situação menos boa em que se encontram alguns dos principais troços.

Tem sido dito regularmente pelos cidadãos, entre motoristas e automobilistas, que a melhoria das estradas iria melhorar significativamente a vida destes e reduzir igualmente os preços dos principais bens e serviços. Houve há dias uma decisão do Executivo, através do Instituto para os Transportes Rodoviários que não se aumente os preços da corrida das viagens interprovinciais, seguramente com base em informações obtidas, muitas das quais não corroboradas sequer pelos próprios operadores.

Sempre que me ponho à estrada, como nestes dois últimos dias, imagino no que foi escrito há muito tempo pelo escritor Dario de Melo sobre os buracos existentes no país. Dizia ele, há algum tempo, que em Angola os buracos têm de ter algum estatuto para serem reconhecidos, principalmente por aquelas entidades que têm a missão de acabar com eles.

Depreende-se nestas afirmações que apenas os buracões, que exigem sacrifícios maiores em termos financeiros, recebem uma atenção diferenciada, porque no tempo das percentagens era algo produtivo.

Pusemo-nos à estrada na passada Segunda-feira, entre o Cuanza-Norte e Cuanza-Sul e ainda espanta o descaso com que se trata determinadas parcelas, num esforço que melhoraria o tráfego entre as duas províncias e as demais do Norte e Nordeste.

Entre o Huambo e o Bié, talvez arredores, se consegue fazer uma viagem tranquila, sobretudo após o conhecido desvio do Maria Teresa, ainda em Luanda, onde um dos desvios dá acesso às províncias de Luanda, CuanzaNorte, Malanje, Lundas Norte e Sul e arredores. É possível viajar-se em direcção ao Sul com alguma comodidade, apesar da existência de algumas ‘bolsas de resistências’ em termos de buracos em zonas pontuais, contrariamente aos quilómetros de estrada no acesso às áreas que vão entre Malanje, Lundas e não só.

Nesta parcela em particular, com um pouco mais de determinação dos responsáveis das áreas da construção civil também será possível trafegar sem que os automobilistas percorram com os corações sobressaltados.

É preciso que se entregue a gestão de alguns destes troços aos governos provinciais e não mais ao central, porque muitos dos buracos existentes, mesmo estando nas estradas nacionais não precisariam de um estatuto superior para serem vistos com alguma seriedade como se observa em determinados troços.