Flexibilidade do mercado cambial trouxe alinhamento a boas práticas financeiras

Flexibilidade do mercado cambial trouxe alinhamento a boas práticas financeiras

O Banco Nacional de Angola (BNA) considera positiva a política de flexibilidade do mercado cambial, que vigora actualmente, porque permite estar dentro do alinhamento das boas práticas do mercado financeiro internacional

O essencial dessa política reside em ter o câmbio do kwanza flexível, sendo o seu valor, face às moedas estrangeiras, fixado de acordo com o mercado, segundo o director do Departamento de Controlo Cambial do BNA, Marcos Neto, que falava esta Quinta-feira, durante o ciclo anual de conferências do Banco Central de Angola.

Esta política, apontou, tem, dentre outros objectivos, diminuir as importações, aumentar as exportações e controlar a inflação, o que facilita a dinâmica do mercado cambial do país.

“Num modelo liberalizado, para se poder gerir e estabilizar as flutuações de valor da moeda, através de intervenções pontuais, o Banco Emissor tem de ser capaz de gerar confiança suficiente, pelo que o BNA tem sido audaz nesse quesito”, asseverou.

Numa primeira fase dessa liberalização, recorda, a oferta de compra e venda fazia-se através de leilão, permitindo-se bandas de flutuação de + ou – 2%.

Estas variações são apelidadas de “estabilizadores”, pois, justificou, permitem que se evitem situações de pânico que descontrolem os preços, estando alinhavadas com outros mercados internacionais.

Por outro lado, o director do Standard Bank, Rodrigo Kinsukulo, considera imprescindível a contínua fiscalização do BNA do mercado monetário, actuando como regulador, por formas a assegurar o melhor funcionamento do sistema.

“Os mercados monetários são imperfeitos, como tal, pelo que há toda uma necessidade de se ter o regulador a intervir e a fiscalizar os serviços”, sublinhou.

A economista Yolanda Francisco defende que tem de se criar um quadro de confiança no mercado monetário, pois se pode perder o controlo do processo e enveredar numa espiral de desvalorização caótica. “Hoje as famílias e as empresas não confiam na moeda, enquanto reserva de valor, razão pela qual é fundamental alterar esse sentimento”, aconselhou.