Presidente do BD “pisca” o olho ao eleitorado de Benguela e condena situação das Salinas

Presidente do BD “pisca” o olho ao eleitorado de Benguela e condena situação das Salinas

Filomeno Vieira Lopes foi, no último fim-de-semana, apresentado aos militantes e simpatizantes como presidente do Bloco Democrático, num acto político de massas a que se lhe reservou o discurso de encerramento

O momento foi aproveitado para o político apelar ao voto na Frente Patriótica Unida, uma plataforma política que, além do seu partido, é integrada pela UNITA e o PRAJA-Servir Angola.

Durante os três dias de trabalho na província de Benguela, o presidente do Bloco Democrático avaliou as estruturas de base do seu partido, tendo, deste modo, chegado à conclusão de que a sua organização política a nível local tinha vitalidade de que a sua direcção precisa, conforme revelou em entrevista exclusiva a OPAÍS.

A província de Benguela foi a primeira a ser visitada, desde que foi eleito presidente do partido que, até pouco tempo, esteve coligado à CASA-CE. Filomeno Vieira Lopes refere que a forma como foi recebido por militantes e simpatizantes sugere que o seu partido tem as bases solidificadas em Benguela. “Isto é o começo, o importante é ir crescendo”, disse bastante optimista.

Situação das salinas

A este jornal, o político manifestou- se preocupado com as condições em que se encontram dezenas de cidadãos do antigo bairro das Salinas, alojados provisoriamente na escola do Magistério Primário, aonde se tinha deslocado.

Segundo Filomeno Vieira Lopes, o quadro é deveras desolador, daí que tenha sugerido que se dê um impulso para a alteração do quadro daqueles cidadãos.

“As pessoas estão ao relento, há frio, e não têm condições básicas: saneamento, não há água potável, não há luz e, portanto, isso a nós incomoda muito. Precisamos de alterar”, lamenta.

Situação Política e social

Referindo-se directamente à situação política e social de Benguela, o político considera que esta região tem tudo para garantir melhores condições de vida aos seus habitantes, estando a faltar, como disse, sensibilidade política por parte dos principais actores políticos do país.

E sustenta que há a imperiosa necessidade de que quem governa olhe mais para a valorização de quadro. Filomeno Vieira Lopes considerou inconcebível o facto de não se valorizar o angolano como tal.

Desta feita, ilustrativamente, deu o exemplo de um jovem que desenvolveu um insecticida para combater gafanhotos, no âmbito da peste de que Benguela foi assolada, mas este não terá sido tido nem achado pelo Governo, que, em muitos casos, prefere apostar no estrangeiro.

“É de Benguela, está a aplicar o conhecimento ao serviço do seu povo, porque ele está preocupado. Se nós não temos solução para os problemas de Angola, é porque os que estão a governar não estão preocupados”, acusa.

Intervindo num acto político de massas, no pavilhão multiusos do Estrela Clube Primeiro de Maio, Sábado, 25, o presidente do BD defendeu a necessidade de a sociedade engajar-se na perspectiva de se inverter o quadro político em 2022. Para isso, segundo Filomeno Vieira Lopes, é de opinião que se aposte na Frente Patriótica Unida.

No seu discurso de enamorar o eleitorado, por essa razão, o também activista cívico é de opinião que os angolanos, em 2022, devem apostar na plataforma política em que se encontra o seu partido, por ser, como sustenta, a única via de se conferir dignidade ao angolano.

“O Sebem já cantou há muito tempo e parece que não foi compreendido. A “felicidade é o que nós queremos”. O Governo não tem sensibilidade nem sequer para ouvir”, considera.

No Domingo, 26, o presidente do BD, Filomeno Vieira Lopes, presidiu, na cidade do Lobito, a uma palestra sobre a situação económica e social do país com uma plateia composta maioritariamente por membros da sociedade civil.

Constantino Eduardo, em Benguela