Conferência da Polícia recomenda mais atenção orçamental ao órgão

Conferência da Polícia recomenda mais atenção orçamental ao órgão

Decorreu, na cidade do Lubango, capital da província da Huíla, a 3.ª Conferência Científica sobre Segurança Pública, sob a égide do Instituto de Ciências Policiais, onde foi recomendada maior atenção ao orçamento dado a este órgão de segurança pública

Nos últimos tempos, o índice de criminalidade tem vindo a subir um pouco por todo o país, com destaques para os crimes violentos que ocorrem principalmente na via pública, com recurso a armas de fogo, onde a capital do país aparece como epicentro dos mesmos. Decorrido sob o lema “Os Desafios da Segurança Pública na Região Sul, para o Quinquénio 2022 – 2027”, o certame serviu para debater sobre assuntos ligados à intervenção da comunidade na segurança pública, por exemplo.

Esta conferência, que juntou os Comandos da Polícia Nacional nas províncias do Cuando Cubango, Cunene, Namibe e Huíla, serviu para discutir vários assuntos. Na ocasião, os responsáveis pela manutenção da ordem, segurança e tranquilidade públicas reconheceram que a segurança pública deve ser vista numa dimensão estratégica e não apenas na vertente operacional da Polícia. Por isso, torna-se necessário que os mais variados sectores da sociedade conheçam e exerçam os seus papéis na garantia da segurança pública, num contexto de acções conjuntas com as forças policiais. Estes e outros assuntos constam no comunicado final da 3.ª Conferência Científica sobre Segurança Pública, apresentado pelo seu coordenador Sub-comissário Andrewyong Víctor de Andrade Inaculo.

“Embora não se tenha aprofundado o tema sobre o policiamento de proximidade, ficou patente, neste painel, a necessidade de o Executivo olhar para os programas orçamentais dos órgãos policiais, numa perspectiva de colmatar as carências técnicas e de institucionalizar os programas e as novas filosofias de policiamento que exigem necessariamente investimentos”, disse. O responsável avançou ainda que o policiamento de proximidade constitui, sim, um dos principais desafios e soluções para a garantia de maior segurança pública.

Porém, é importante que esta nova filosofia de policiamento seja integrada nas políticas públicas de segurança, ou melhor, nos programas do Executivo e a sua implementação deve envolver não só a Polícia, mas também todos os demais sectores do controlo social informal. Por outro lado, os participantes recomendam que, no âmbito dos programas de policiamento de proximidade, os Comandos Provinciais da PNA, ao nível da Região Sul, devem reatar o projecto “Escola Segura”, mas não numa perspectiva de asseguramento das instituições de ensino, mas sim de desenvolvimento de actividades de sensibilização, através de palestras e seminários sobre patriotismo, civismo e prevenção de comportamentos delinquentes, em parceria com as escolas, sobretudo as consideradas críticas em termos de criminalidade.

Administrador preocupado com armas de fogo nas mãos de marginais

A prática de diversos delitos no país e, principalmente, na cidade do Lubango, capital da província da Huíla, tem sido materializada com recurso à arma de fogo, muitas vezes, as mesmas que a Polícia Nacional usa. “Hoje, os crimes são cometidos com recurso a armas de fogo e de guerra, a nossa questão é: onde estes marginais conseguem adquirir as mesmas? Há muita arma por aí, não se conhece, até ao momento, uma única loja a nível do Lubango onde se vendem armas”, revelou. Por seu turno, o director do Instituto Superior de Ciências Policiais e Criminais, Comissários Luís da Fonseca Cadete, disse que a presença de armas de guerra nas mãos dos marginais se justifica pelo passado recente que o país viveu.

POR: João Katombela, na Huíla