Modernização do Miradouro da Lua avaliado em mais de USD 1 milhão e 500 mil

Modernização do Miradouro da Lua avaliado em mais de USD 1 milhão e 500 mil

Responsável do sector turístico afirma que quando estiverem concluídas todas as fases de reestruturação do Miradouro da Lua vai entrar dinheiro nos cofres do Estado. Entretanto, revela que a falta de energia e água tem dificultado a operacionalização de locais turísticos no país

A modernização do ponto turístico do Miradouro da Lua precisa de um financiamento de mais de um milhão e 500 mil dólares norte-americanos só para colocação da zip line, disse ao Jornal OPAÍS o director-geral do Instituto de Fomento Turístico (INFOTUR), Afonso Vita. A zip line é uma pista aérea para deslizamento que consiste em uma polia suspensa num cabo, geralmente feito de aço, montado numa inclinação. Ele é projectado para permitir que um usuário propulsado pela gravidade percorra a parte superior para a parte inferior do cabo inclinado, segurando ou se encaixando na polia de movimento livre. Afonso Vita disse que nesta fase estão a negociar a fonte de financiamento deste recurso para entrarem na segunda fase de reestruturação deste ponto turístico localizado há cerca de 50 quilómetros a Sul de Luanda.

O zip line do Miradouro da Lua terá uma distância aproximada de 746 metros no ar suspenso e poderá ser feito por uma empresa canadiana, responsável pela construção do mesmo equipamento em Las Vegas (Estados Unidos da América) e também no Haiti. A referida empresa, segundo o responsável do INFOTUR, esteve no país há cerca de um mês para fazer o levantamento no terreno. “Deram-nos também informações fundamentais que garantem que este investimento pode ser recuperado no mesmo ano tendo em conta a aderência que esse tipo de investimento tem em qualquer parte do mundo”, disse Afonso Vita.

Ponto turístico mais visitado

O director do INFOTUR garante que o Miradouro da Lua é o recurso turístico mais visitado do país com uma média diária de 30 turistas no meio da semana e cerca de 100 aos finais de semana, que o deixa a frente das Quedas de Kalandula e a Serra da Leba. “Esses números são do tempo em que não havia nada, o que quer dizer que com a melhoria das estruturas a atracção será maior e os números vão aumentar”, disse o responsável pelo fomento turístico. Afonso Vita disse que isso decorre da localização geográfica do Miradouro, situado a 50 quilómetros de Luanda, considerado o centro emissor de turismo no país.

Para além do zip line, está prevista a construção de um parque de campismo assim como 10 quiosques para venda de produtos diversos, como roupas africanas e peças de artesanato, o que poderá aumentar a atracção das pessoas ao Miradouro. Quem visita hoje o Miradouro encontra ainda um posto de informação turística, um observatório com cerca de 3,5 metros de altura, balneários, parque de estacionamento e locais próprios para depósitos de lixo. Este, realça Afonso Vita, é um trabalho inicial de várias fases que se seguirão para tornar o local “num Miradouro de facto”. Apesar de não ter avançado o valor que se espera arrecadar quando estiverem concluídas todas as fases, Afonso Vita afirmou que nada mais será como antes e que com a sua operacionalização vai entrar dinheiro nos cofres do Estado. Quem também sairá beneficiado é a instituição privada a quem será confiada a gestão do Miradouro da Lua. Importa realçar que este espaço turístico vai, ao longo das suas diversas fases, formar e empregar cidadãos. Aliás, neste momento já se encontram a trabalhar de forma permanente seis pessoas.

Custos elevados por falta de energia e água

Segundo o responsável, vários pontos turísticos do país não funcionam na sua plenitude por falta de energia da rede e água, o que dificulta o funcionamento normal dos empreendimentos nestes locais, apontando o caso concreto do Cabo Ledo. A falta de energia e água constitui, segundo Afosno Vita, um factor que impede o desenvolvimento do sector turístico e acrescenta que este é um indicador para que as pessoas compreendam os preços elevados praticados por alguns empreendimentos. Afonso Vita acrescentou que o turismo não avança sem a criação de infra-estruturas que é a base do seu desenvolvimento, sublinhando ser este o trabalho que está a ser feito no Miradouro da Lua.