Pelo menos 10 mortos na sequência do golpe de Estado no Sudão

Pelo menos 10 mortos na sequência do golpe de Estado no Sudão

Pelo menos 10 pessoas morreram-no Golpe de Estado no Sudão. Os EUA já anunciaram que vão parar com a ajuda financeira ao país. Hoje vai ser realizada uma reunião do Conselho de Segurança das Nações Unidas. Os militares controlam o país mas centenas de pessoas continuam nas ruas em protesto. Diz a BBC que bloquearam estradas na capital, em Cartum, e noutras regiões do país

Vários membros do Governo sudanês e líderes partidários foram detidos Segunda-feira num golpe de Estado. Pelo menos 10 pessoas morreram e 140 ficaram feridas, avança a Reuters. O General Abdel Fattah Burhan declarou o Estado de Emergência no país e justificou a acção militar com as constantes lutas políticas no país. O aeroporto de Cartum está fechado e os vôos internacionais foram suspensos. Também a Internet e as linhas telefónicas estão em baixo.

Escreve a BBC que o pessoal do Banco Central está alegadamente em greve, sem trabalhar. E há médicos que se recusam a assistir em hospitais controlados pelos militares, excepto em emergências. O golpe de Estado provocou de imediato reacções internacionais. O Conselho de Segurança das Nações Unidas deve reunir esta Terça-feira para discutir a crise.

O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, qualificou os actos dos militares uma “traição à revolução pacífica do Sudão” e anunciou que foi de imediato suspensa a ajuda de 700 milhões de dólares ao país. Nas ruas, os relatos que chegam é de que os militares dispararam sobre os manifestantes nas ruas. “Duas pessoas morreram, vi com os meus próprios olhos”, conta à BBC Al-Tayeb Mohamed Ahmed.

A União de Médicos do Sudão confirmou essas mortes, tal como o ministro da Informação, fiel ao primeiro-ministro afastado do poder, que na página do Facebook diz que os tiros fatais aconteceram junto a instalações militares. Os líderes civis e os militares estavam de costas voltadas desde que Omar al-Bashir foi retirado do poder em 2019. Na altura foi assinado um acordo entre as duas partes que tinha como objectivo orientar o país no sentido da democracia.

Mas rapidamente se percebeu a fragilidade desse acordo. Ao longo de anos tinha já havido várias tentativas de golpe de Estado. O general Abdel Fattah Burhan, que lidera o golpe de Estado, já afirmou que o Sudão está ainda comprometido com uma transição para as leis civis, com eleições planeadas para Julho de 2023.