UNITA pode realizar XIII Congresso Ordinário via Zoom

UNITA pode realizar XIII Congresso Ordinário via Zoom

A ideia é o de reduzir a presença significativa de delegados ao conclave, devido ao aumento exponencial de casos da Covid-19, numa altura em que Angola já regista a terceira vaga desta pandemia, segundo as autoridades sanitárias

Uma fonte da Comissão Política da UNITA disse ao Jornal OPAÍS que, ao contrário dos conclaves anteriores, o próximo não será realizado de forma tradicional, ou seja, com a presença massiva dos delegados, uma hipótese que está a ser estudada, mas que deverá passar pelo crivo dos membros da Comissão Política.

Outra possibilidade admitida pela fonte, citando a Comissão Política, é a realização do conclave a partir de diferentes regiões do país( Norte, Centro e Sul), como aconteceu com o IV Congresso Ordinário da LIMA, organização feminina deste partido, realizado em Agosto do ano passado.

Devido às restrições da circulação de pessoas e bens, impostas pela pandemia da Covid-19, e que tinha colocado Luanda sob cerca sanitária, a LIMA viu-se forçada a fazer a votação por regiões.

Apoios

Depois da aprovação com 94 porcento dos votos pelos membros da Comissão Política, para a realização do conclave, a decorrer de 2 a 4 de Dezembro do ano em curso, em Luanda, a UNITA desdobra-se já em várias frentes em busca de apoios financeiros e materiais para o asseguramento do evento.

Apesar do desbloqueamento da conta bancária pelo Tribunal Provincial de Luanda(TPL), na passada semana, a fonte deste jornal avançou que esta organização política continua a debater-se ainda com problemas de tesouraria.

A UNITA estava com a conta bloqueada desde Novembro de 2020, decorrente de uma queixa que lhe foi movida por uma empresa privada, que reclamava pagamento de dívida de serviços prestados à TV Raiar, adstrita a este partido político, cujo processo remontava há quatro anos.

A fonte deste jornal não disse em que circunstâncias a conta foi desbloqueada, mas já na vigência de Isaías Samakuva, que volta à liderança do partido por decisão do Tribunal Constitucional(TC) que anulou o XIII Congresso Ordinário, realizado em Novembro de 2019, que elegeu Adalberto Costa Júnior como presidente da UNITA.

Este órgão jurisdicional alegou que Adalberto Costa Júnior apresentou tarde à Comissão Eleitoral do Congresso a certidão da perda da sua segunda nacionalidade( portuguesa), que o habilitaria a concorrer à liderança da UNITA, e como cabeça de lista às eleições gerais de 2022.

Samakuva abre alas a Adalberto

Depois de desmentir publicamente informações que davam conta de que Isaías Samakuva tencionava concorrer a mais um mandato, 16 anos depois de dirigir a UNITA, Adalberto Costa Júnior parece ter o caminho aberto e as portas escancaradas para concorrer sozinho, enquanto os potenciais candidatos mostram-se desinteressados.

Trata-se de Camalata Numa e Alcides Sakala Simões, sendo que o primeiro manifestou apoio total e incondicional a Adalberto Costa Júnior, mesmo sem a abertura das candidaturas, enquanto que o segundo mostra reservas quanto à possível recandidatura.

Fazendo fé nas declarações da fonte, há uma corrente interna da Comissão Política que defende que, apesar de candidaturas múltiplas, Adalberto Costa Júnior deveria ser declarado como candidato único ao conclave de Dezembro.

O pretexto desta corrente interna, cuja informação não foi confirmada pela UNITA, depois de várias tentativas para contactar o actual porta-voz, Alcides Sakala, que volta ao cargo, 23 meses depois.

CP perdoa Catchiungo

A Comissão Política aceitou o pedido de desculpas apresentado pelo seu membro e deputado à Assembleia Nacional, José Pedro Katchiungo, que, durante 23 meses, afastou-se da direcção do partido e abandonou a Assembleia Nacional, sem comunicar o partido, depois de apresentar várias teses em sua defesa.

O deputado durante esse tempo esteve radicado na comuna do Alto Chiumbo, município do Kachiungo(antiga Bela Vista), na província do Huambo.