Ameaças de morte marcam 1º dia de greve dos taxistas em Cacuaco

Ameaças de morte marcam 1º dia de greve dos taxistas em Cacuaco

Depois de incansáveis encontros com a Administração de Cacuaco, por causa das novas paragens impostas, que dificultavam o trabalho dos taxistas e mototaxistas naquela circunscrição, eis que estes profissionais decidiram não frequentar, nos dias 8, 9 e 10 do corrente, o município supracitado.

A decisão de paralisação surge pelo facto de “não haver qualquer vontade”, da parte da Administração, de recuar ou devolver as paragens habituais aos taxistas. Assim, até ao Domingo, 7 de Junho, estava acordado, entre a Associação dos Taxistas de Angola (ATA), a Associação Nova Aliança dos Taxistas de Angola (ANATA) e a Associação de Motoqueiros Transportadores de Angola (AMOTRANG), que não circulasse, durante estes três dias, nenhum taxista em Cacuaco.

Francisco Paciente, presidente da ANATA, disse ao jornal OPAÍS que recebeu várias ameaças de morte por causa desta decisão, mandadas por mensagens e chamadas telefónicas, bem como de pessoas que rondavam a sua residência.

Reforça que não havendo negociação com a Administração de Cacuaco, as três agremiações que estão à frente da referida greve foram chamadas para uma reunião no Governo da Província de Luanda, neste caso com a nova governadora, Joana Lina, que pediu que se levantasse a greve e lhe fossem dados 4 dias para resolver esta situação.

“Quando terminou a reunião com a governadora, e à hora que terminou, para além de ser no Domingo, não tivemos capacidade suficiente de reunir todos os associados e passar a informação do levantamento da greve. Por isso, muitos desses servidores aderiram à paralisação conforme estava programado”, acrescentou, também, Bento Rafael, da AMOTRANG.

Para além da reposição das paragens, reclamam das vias criadas para os táxis. As vias em que os táxis foram obrigados a passar estão em péssimo estado, nem sequer foram terraplanadas e têm muitos buracos, é praticamente uma “picada”.

Os taxistas defendem que continuar a usar tal via irá destruir os seus meios, pelo que é preferível que se pare. A paralisação, embora esteja prevista inicialmente para o município de Cacuaco, por uma questão de solidariedade, noutros pontos da cidade os taxistas poderão adoptar a mesma atitude.

Em caso de da parte da governadora, que os taxistas consideram ser a instância superior em Luanda, não houver uma resposta positiva, as três associações têm agendada uma assembleia geral, para o próximo Sábado, 13, de forma a ditarem a paralisação, não apenas em Cacuaco, mas em todo o território da capital.

Durante a paragem de ontem, não houve táxis nas rotas Kicolo – Bairro Uíge; Kicolo – Comarca; 5M – Sabadão e em toda a extensão do Kifangongo até a Funda Vila e Terra Branca. Foram criados novos itinerários, sendo o primeiro o que vai do mercado do S. Paulo, Mutamba e Mercado dos Kwanzas, com término na Tecnocarro; o segundo vai do Benfica, Zango e Viana, com término na ponte do KM25 e o terceiro itinerário é o S. Paulo – Cuca, com término no Cemitério da Mulemba “14”.