Defendida institucionalização do prémio provincial de literatura

Defendida institucionalização do prémio provincial de literatura

A institucionalização e realização anual do prémio provincial de literatura constitui-se numa estratégia fundamental para incentivar e promover a arte cultural do planalto central, com um elevado potencial a nível do país.

A afirmação é do responsável local da Brigada Jovem de Literatura (BJL), Afonso Cachequele, que falava no final de um encontro com o director do Gabinete da Cultura, Turismo, Juventude e Desporto do Governo nesta província, Jeremias Piedade Nambongue Chissanga, que serviu para constatar o funcionamento da organização cultural.

Na oportunidade, disse que a falta de incentivos na província do Huambo, com um potencial elevado em termos de criação literária, constitui uma das dificuldades para a produção, tendo, por isso, sustentado a necessidade da institucionalização de um prémio, há muito esperado pelos literatas, que serviria de estímulo para os artistas.

Segundo Afonso Cachequele, o Huambo desde sempre foi um celeiro nacional de literatas, formando vários escritores com notoriedade no mercado angolano, porém enfrentam inúmeras dificuldades para traduzirem as suas criações em livros.

Caso não se faça nada em prol da classe, realçou o responsável, a realidade poderá contrastar os horizontes no domínio da cultura escrita na província, tida como a capital académica do país, pois que não se faz ciência sem livros, pelo que é imperiosa a valorização dos fazedores da literatura na região.

Na mesma esteira de pensamento, salientou que o prémio provincial de literatura deveria ser outorgado, anualmente, aos vencedores, mediante uma análise criteriosa das suas obras a serem apresentadas a um corpo de júri, numa data com relevância histórica, entre o aniversário da cidade do Huambo, que se assinala a 21 de Setembro, ou no dia da Independência Nacional, a 11 de Novembro.

De igual modo, referiu que o departamento de Letras do Instituto Superior de Ciências da Educação (ISCED) do Huambo poderia ser útil na vertente de jurado, na avaliação das obras por publicar e editadas a ser apresentadas pelos candidatos.

Relativamente ao prémio, adiantou que a publicação da obra vencedora seria o mais justo para promover a produção de livros, acrescido de uma soma monetária para que o seu autor possa prosseguir com a sua actividade.

Afonso Cachequele solicitou igualmente o apoio do Governo na produção de uma antologia, que reuniria poemas de vários autores, no sentido de mitigar as dificuldades de produção de livros, sobretudo pela falta de uma indústria livreira na província.

Em resposta, o director do Gabinete da Cultura, Turismo, Juventude e Desporto do Governo do Huambo, Jeremias Piedade Nambongue Chissanga disse que está em carteira um projecto para a institucionalização de um prémio provincial de cultura, que visa prestigiar o trabalho dos artistas de diversas áreas da actividade cultural.

Acrescentou que o Governo da província tem domínio dos reais problemas que os artistas enfrentam, estando, por isso, a criar de condições para que as associações culturais desenvolvam as suas actividades, tendo em conta a sua importância no fortalecimento da cultura nacional.