Euclides da Lomba apela à responsabilidade de cada angolano falar uma língua nacional

Euclides da Lomba apela à responsabilidade de cada angolano falar uma língua nacional

Num passado recente, a franja juvenil esteve mais além daquilo que são os nossos hábitos e línguas, sendo agora visível a preocupação desta na busca daquilo que nos pertence

O director Nacional da Cultura, Euclides da Lomba, apelou à defesa e interesse popular pelos aspectos endógenos da nossa Cultura, uma vez que, são os que nos distinguem dos outros povos.

O dirigente destacou a importância do resgate dos nossos valores, com realce para as línguas nacionais para a preservação e conservação daquilo que compreende o Património Cultural de Angola, onde dentro dele também temos as diferentes línguas”.

Salientou que o Estado defende a necessidade de introduzir as línguas nacionais no sistema de ensino, o que no seu entender não deve ser feito de índole opcional, mas sim de carácter obrigatório.

“Uma das formas de se manter o conhecimento das línguas nacionais é, sem dúvidas, a cultura e, especificamente, a música, pelo papel que ela joga. Portanto, daquilo que é papel das disciplinas culturais, as de eleição em Angola é a música e a dança”, referiu.

Euclides da Lomba recordou que num passado recente, a franja juvenil esteve mais além daquilo que são os nossos hábitos e línguas, sendo agora visível a preocupação desta na busca daquilo que nos pertence, tendo apelado à iniciativas de se analisar e estudar mais sobre os nossos aspectos endógenos.

“Já estivemos muito pior, porque a nova geração estava um pouco distanciada, daquilo que eram os princípios básicos e os seus ídolos, já não eram só nacionais, mas sim Boss Ac, Beyoncé, Michel Jackson, pessoas que a media internacional impõe”, disse. A título de exemplo, o dirigente referiu-se aos vários concursos de música já realizados, cujos finalistas eram apenas estrangeiros, mas, segundo adiantou, não é por acaso, porque estes são os seus ídolos.

Para Euclides da Lomba, é chegada a altura de se realizar um trabalho mais benéfico a nível da própria educação, criando debates com maior amplitude, em torno deste assunto, visto que falar uma língua nacional não diminui em nada, muito pelo contrário, aumenta o conhecimento e ajuda na forma de a pessoa ver as coisas de modo geral. Não obstante os factores já referenciados, o dirigente admitiu haver uma grande parte da juventude a dar continuidade ao legado deixado pelos mais velhos, que cantam Jovens do Prenda, Tony do Fumo e muitos outros.

Soluções

No sentido de se garantir que a nova geração tenha consciência da importância de se utilizar mais as línguas nacionais, a fonte em destaque exemplificou a pertinência de se informar mais sobre a Covid-19.

“Hoje vivemos uma situação que preocupa toda gente, a questão da pandemia, mas sente-se que não se tem a mesma responsabilidade de se informar sobre as medidas de prevenção em línguas nacionais. Nas informações subsequentes, há a necessidade de se comunicar em línguas nacionais, porque nem todo mundo domina o português”, explicou.

Da Lomba desafiou a sociedade a perceber a importância de cada pessoa se preocupar com a sua identidade.

“Precisamos apelar mais à responsabilidade de cada um, porque não podemos apontar a culpa a ninguém e a nenhuma geração. É responsabilidade de cada angolano aprender e ensinar os seus hábitos”, realçou Euclides, adiantando que não se faz investimento na cultura, uma vez que ela já existe, precisando de usá-la simplesmente.

Recordou, que não obstante Luanda receber pessoas de todas as partes do país, estas devem comprometer-se em saber falar a língua da sua região, tendo realçado que “é um privilégio muito grande falar uma língua nacional.

Valdimiro Graciano