Governo do Bié admite parceria privada na gestão de kit de estradas

Governo do Bié admite parceria privada na gestão de kit de estradas

O facto vem expresso num documento do Gabinete Provincial de Infra-estrutura e Serviços Técnicos, a que a ANGOP teve acesso ontem no Cuito, que refere pretender-se, com tal abertura, tornar mais eficiência na sua operacionalização no interior da província.

Tenciona-se, igualmente, reduzir os custos por parte do Governo, porquanto as autoridades locais têm escassez de recursos financeiros face à crise económica que o país atravessa.

As entidades locais apontam que, na eventualidade de haver uma parceria público-privada, o Governo vai entrar com o kit de equipamentos, enquanto o privado garantirá com recursos pagos com despesas de manutenção e reforços de mais meios.

Já no caso de existir a segunda modalidade, as autoridades pretendem dotar a Brigada de autonomia administrativa, financeira e patrimonial que, em coordenação com o Instituto Nacional de Estradas (INEA), poderão celebrar contratos de manutenção e conservação de infra-estruturas rodoviárias em toda região.

Segundo o documento, a primeira modalidade (público-privada) pode vir a ser a curto prazo, ao passo que a segunda (criação da Brigada de Manutenção de Estrada) está entre curto e médio prazos, tendo em conta os custos que os equipamentos acarretam.

Neste momento, conforme apurou à Angop, as entidades governamentais já começaram a utilizar o kit de equipamentos de construção de estradas, mediante uma solicitação que a administração local efectua para o governo do Bié, obrigando-se a custear a sua manutenção e despesas com o pessoal.

O kit é composto por camiões basculante, de carga geral, cisterna de água, caldeira de emulsão, cavalo mecânico para carregamento de máquinas, pá carregadora, buldozer, moto niveladora, moto escavadora, retro-escavadora, cilindro R/P, cilindro pé de carneiro, cilindro vibrador, placa vibratória, mini-carregadora e tractor agrícola (um de cada).

Faz ainda parte do equipamento, uma fábrica de artefactos de cimento, betoneira à gasolina, cortadora manual, cortador de pavimento, hidro-limpadora, compressor com reboque, martelo pneumático, roçadeira valetas com braço, carrinhas, pares de botas para água e sapatos de segurança (com 40 unidades cada).

O Bié recebeu, igualmente, picaretas, pás, enxadas, ancinhos, maço com calço de metal, carrinho de mão, regadores, foices, vassouras, vassourões, serras, limas, luvas, capacetes e coletes de alta visibilidade (com 15 unidades cada).

Estes meios vão ajudar nos trabalhos de manutenção e conservação das estradas, principalmente, as estradas secundárias e terciárias.

Entretanto, constam do Programa de asfaltagem de estradas no Bié, do Governo Central, os troços rodoviários consignados em 2014 pelo Ministério da Construção e Obras Públicas, que ligam as comunas de Cachingues/Chicala e Mutumbo, município do Chitembo, Ringoma e Umpulo (Camacupa) com 116 e 113 quilómetros, respectivamente.

O programa abrange, também, a reabilitação e pavimentação da Estrada Nacional “EN 141”, entre a sede e a vila de Cassumbe (Andulo), reabilitação e pavimentação de 52 outros quilómetros na Estrada “EN 143”, entre a sede e a Gamba (Nhârea), numa extensão de 43 quilómetros.

Faz ainda parte do projecto de recuperação das rodovias, a pavimentação de 147 quilómetros na Estrada Nacional “EN 250” para se atingir Camacupa, sem os actuais constrangimentos, ao passo que a reparação da via do Cuemba fica aprazada para 2021.

No âmbito do Plano Integrado de Intervenção Municipal (PIIM) decorrem terraplanagem de 600 quilómetros e a asfaltagem de outros 67 quilómetros, assim como a reparação de outras vias construídas na época colonial, em estado de degradação.

A província do Bié tem mais de 70 mil quilómetros quadrados e uma malha rodoviária de perto de três mil quilómetros.