Kero do Gika com “estranha inspecção mediática”

Kero do Gika com “estranha inspecção mediática”

O hipe rmercado Kero, situado no Centro Comercial Gika, em Luanda, continua em funcionamento e a prestar serviço de qualidade superior, como disse ontem, a OPAÍS, o seu director, Pedro Pinto, desmentindo informações postas a circular sobre um possível encerramento pelo instituto de defesa do consumidor (INADEC). O que aconteceu foi apenas uma inspecção “de rotina”, disse aquele responsável.

“Claro que não está encerrado”, começou por dizer, adiantando, de seguida, que o Kero recebe estas inspecções várias vezes ao longo do ano, que são encaradas sempre como sendo necessárias e pedagógicas. “Colaboramos sempre com o INADEC, numa perspectiva evolutiva, com a avaliação da evolução face à inspecção anterior”.

O que surpreendeu a direcção do Kero, no entanto, na Terça-feira, segundo Pedro Pinto, foi o número de inspectores (14, quando costumam a ser 3 ou 4) muito superior ao habitual e o facto de terem chegado em simultâneo com jornalistas de diversos órgãos de comunicação social.

Os jornalistas não foram autorizados a entrar, entretanto, apesar de o Kero trabalhar “muito com os media e de ser dos maiores anunciantes na comunicação social angolana”, isso, segundo Pedro Pinto, pelo tipo de serviço e de produtos de qualidade que oKero oferece. “Mas a loja não tinha autorização do centro comercial em que está instalada e havia um trabalho de inspecção a decorrer, não é assim que trabalhamos com os media”.

O que a direcção do Kero percebeu depois foi que desde aquela manhã que circulava uma informação em grupos de jornalistas, nas redes sociais e nalgumas redacções , segundo as quais o INADEC iria encerrar parte do Kero Gika às 9h:00 de Terça-feira.

“Julgamos que tudo isto é estranho, alguém quereria prejudicar o Kero e descredibilizar a actuação do INADEC, já que não havia nada para fechar”.

Entretanto, na tarde de ontem circularam também informações sobre o tempo da inspecção e sobre uma negociação entre o Kero e o INADEC que teria evitado o encerramento, de forma não legal, ao que Pinto responde: “A loja do Gika é uma das maiores de África, o INADEC passou a pente fino a loja toda. É um absurdo falar-se em corrupção, mas talvez o INADEC responda a isso, é a sua honra e credibilidade que são postas em causa”.

Sobre os produtos encontrados nas instalações e que se apresentavam, supostamente, fora de prazo, Pedro Pinto diz que a sua loja não recebeu qualquer multa e que foram encontrados dois produtos, “fora do circuito de venda, portanto inexistentes para os consumidores, que eram seis embalagens de caracóis congelados e três frascos de verniz para unhas. Estes produtos, estavam devidamente identificados e arrumados para destruição. Estamos a falar de nove unidades, mas o Kero vende milhões, não me parece que isto seja motivo de comunicação, como foi feita, causando dúvidas nas pessoas”. Quando os produtos “não são vendáveis”, segundo as boas práticas internacionais a que o Kero obedece, segundo Pedro Pinto, são retirados e colocados numa zona à parte, identificada, para a sua destruição, tal como foram encontrados.