Lixo das centralidades de Benguela será recolhido com “kupapatas”

Lixo das centralidades de Benguela será recolhido com “kupapatas”

O Governo Provincial de Benguela prevê ensaiar um modelo de recolha de resíduos sólidos para o qual espera colaboração de moradores, de modo a que o mesmo surta os efeitos desejados. A directora do Gabinete Provincial do Ambiente e Gestão de Resíduos Sólidos, Marisa Quinzimba, associa o cenário de amontoados de resíduos sólidos à fuga de algumas empresas, que reclamam da distância das centralidades aos aterros sanitários, porém assegura estar a ser tudo acautelado para alterar o quadro

Há muito que moradores das três centralidades da província, nomeadamente PIMA, no município da Baía-Farta, Luhongo, na Catumbela, e Lobito, reclamam de falta de barcas para deposição de resíduos sólidos. À falta de um local apropriado para o efeito, os moradores se têm visto obrigados a atirá-los às valas de drenagem, geralmente em partes traseiras ou laterais de prédios, como eles próprios reportaram, que sugerem, por isso, às administrações que se socorram de verbas provenientes do Programa Integrado de Com bate à Fome e à Pobreza para contratar empresas que se encarreguem da recolha.

À conversa, recentemente, com a administradora do município da Catumbela, Kátia Teixeira, este jornal soube que, brevemente, uma empresa vai avançar, embora, neste particular, manifestasse preocupação em relação ao acesso à centralidade do Luhongo, cuja descida/subida é acentuada a 12 por cento. Na mesma conversa, a governante deu nota de que a proposta, tais são as reclamações dos moradores, já se encontra “no gabinete de Sua Excelência Senhor Governador para que possamos inverter o quadro”. “Essa questão do lixo está mesmo a nos tirar o sono.

Mas, como é que o Governo, sabendo que vai haver gente, não criou já estes serviços?”, reclama Adilson Fernandes, morador da centralidade do Lobito , que a esta junta também a deficiência no fornecimento de água potável. A directora do Gabinete Provincial do Ambiente e Gestão de Sólidos dá conta que está a ser feito um link com algumas operadoras de recolha por via do qual se espera inverter o actual cenário vigente nos três projectos imobiliários.

De acordo com Marisa Quinzimba, a distância das centralidades aos aterros tem vindo a afugentar algumas empresas, mas já há um modelo previamente definido. “Os micro-operadores, geralmente, utilizam as motas e nós estamos a tentar criar pontos de transferência, para facilitar os trabalhos dessas microoperadoras e não precisarem de ir até aos aterros sanitários “, disse Marisa Quinzimba. Falando à TV Zimbo, a directora Marisa Quinzimba referiu que, neste diapasão, o modelo definido é o da recolha porta-a-porta, sob responsabilidade de microoperadoras.

“Se ele vai fazer recolha porta-a-porta, é mais fácil solicitar ao munícipe para separação dos resíduos e ele estipular dias para recolha de plásticos, papelão e todos outros recursos recicláveis”, disse Quinzimba, sem, no entanto, avançar horizonte temporal para a materialização desse desiderato. Saliente-se que, para além das centralidades, há zonas onde não se realizam recolhas de resíduos sólidos.

Num passado recente, para deixar os bairros limpos, o governo de Benguela, na altura sob condução de Armando da Cruz Neto e, a seguir, Isaac dos Anjos, destinava 40 por cento do seu orçamento ao lixo, números que não terão agradado Rui Falcão, governador a quem Luís Nunes sucedeu, a ponto de ter apelidado de ‘lixo milionário’, ao que seguiu anulação de vários contratos por alegada irregularidade.

POR: Constantino Eduardo, em Benguela