Macon perde mais de USD 100 milhões com paralisação das rotas internacionais

Macon perde mais de USD 100 milhões com paralisação das rotas internacionais

Tendo em conta a pandemia da Covid-19 no país, as companhias angolanas foram obrigadas a reduzir o número de passageiros, assim como a paralisação da circulação de passageiros nas rotas interprovinciais e internacionais. Para a companhia nacional Macon os prejuízos com a paralisação das rotas internacionais já atingem 140 milhões de dólares mensais, revelou em exclusivo a OPAÍS, o director-geral da empresa, Luís Máquina. 

“Da linha que liga Luanda e Kinshasa a operadora chegou a perder 80.000 mil dólares, enquanto que, com a paralisação da rota Luanda – Windhoek a perda é de 60.00 mil dólares”, adiantou o responsável. 

Segundo o gestor, a perda nas rotas internacionais está a interferir de forma negativa no pagamento dos salários dos trabalhadores. Por isso, a empresa, que conta actualmente com um total de três mil trabalhadores, reduziu a força de trabalho para 20 por cento. 

Na rota com a República Democrática do Congo, por exemplo, a empresa criou inicialmente mais de 20 novos postos de trabalhos, entre motoristas, cobradores e auxiliares administrativos. A empresa investiu na altura USD 6,5 milhões. 

Com taxas de bilhetes de passagem que custam mais de 20 mil kwanzas as rotas internacionais chegam a transportar mais de duzentos mil passageiros por mês. 

Macon factura mais de 400 mil dólares em Abril  

Durante o mês de Abril do ano em curso, a companhia facturou USD 429 mil, duzentos e cinquenta e oito dólares, representando cerca Kz 214 milhões, seiscentos e vinte e nove mil com a transportação de 27 mil passageiros. 

O gestor disse ainda que actualmente, o transporte de passageiros é feito apenas na província de Luanda, com uma taxa de ocupação de 50 porcento. 

Salientou ainda que a operadora que conta mais de 700 autocarros, trabalha actualmente com apenas 45 autocarros, nas rotas de Benfica até ao Golfe II, projecto Nova Vida ao São Paulo, Kilamba ao Largo das Escolas, entre outras. 

De acordo com Luís Máquina, antes mesmo da pandemia da Covid-19, as principais dificuldades estavam relacionadas com a concorrência desleal, a situação das estradas degradadas em algumas linhas, como por exemplo a zona Leste do país, os cambiais que de certa forma têm influenciados na aquisição de sobressalentes e aquisição de veículos no exterior (China e Brasil) para servirem de reforço da frota existente. Com a Covid 19, o gestor ressalta que aumentaram, de certa forma, as dificuldades. 

A operadora iniciou actividade a 25 de Maio de 2000, com um total de 25 autocarros urbanos e um quadro de pessoal de 140 trabalhadores. 

Hoje, a transportadora emprega 3.000 trabalhadores. 

A rota Luanda-Windhoek, com as linhas Windhoek-Walvis Bay e Oshikango-Katima Mulilo, via Rundo foi inaugurada em 2018, enquanto a segunda rota internacional Luanda-Kinshasa (via Luvo), Kinshasa-Boma (via Matadi) e Kinshasa-Yema, na fronteira com a província de Cabinda foi inaugurada em 2019. 

Em 2018, transportou 36 milhões de passageiros urbanos e dois milhões e 400 mil interprovinciais.