Mais de 300 mil pessoas vivem com VIH

Mais de 300 mil pessoas vivem com VIH

Segundo uma carta aberta da ANASO que chegou à redacção de OPAÍS, a nível nacional, nesse momento cerca de 350 mil pessoas vivem com VIH, das quais mais de 93 mil estão a fazer terapia antirretroviral e destas cerca de 30% faz tratamento de segunda linha.

Relativamente à ruptura de stocks, reconhecem que o país padece de um maior compromisso político que pode comprometer os esforços nacionais para uma resposta mais credível. De acordo com a OMS a entrega dos ARV aos beneficiários deve ser por um período mínimo de três meses.

Em relação aos medicamentos de primeira linha, a disponibilidade é limitada, e é urgente o reforço do abastecimento logístico nos próximos tempos para não se entrar novamente numa situação de ruptura de stocks, o que seria grave, porque o consumo incompleto da terapia ocasiona resistência por mutação viral, incremento da carga viral, diminuição da imunidade e aumenta a probabilidade de transmissão e morte por VIH.

Sobre os antiretrovirais de segunda linha a situação é ainda mais complicada. De acordo com denúncias públicas feitas por pessoas vivendo com VIH que já estão sem medicação há algum tempo e justificadas pelo INLS, o país vive neste momento uma situação de ruptura de stocks dos medicamentos de segunda linha.

O que pode obrigar os pacientes a evoluir para uma situação de terceira linha, que o país, infelizmente, não dispõe, porque as drogas são muito caras e ultrapassam a disponibilidade financeira do Governo.

Aconselha-se a fazer um esforço muito grande, como país, com a contribuição de parceiros internacionais, para evitar situações futuras de ruptura de stocks de antiretrovirais, o que cria consequências graves para muitos angolanos para quem os ARV são essenciais para a sua vida, podendo gerar medos e angústias pela possibilidade de ficarem sem medicamentos, o que não se recomenda, de acordo com a OMS.