A coordenação do bairro destruído informa que as máquinas pesadas da Administração Municipal deixaram centenas de famílias ao relento. Um cordão de segurança com dezenas de agentes a cavalo afastava populares e viaturas, cortando, temporariamente, a circulação Benguela/ Baía-Farta e vice-versa.
“Chegamos agora, não sabemos de nada, queremos falar com as nossas famílias. Aí partiram tudo, não ficou nada’’, disse a coordenadora, Maria Almeida. A coordenadora lamentou o facto de a Polícia ter destruído o posto sanitário e a escola, infra-estruturas construídas pelos moradores.
Reagindo publicamente, o advogado das famílias desalojadas, José Faria, promete recorrer, por considerar tais demolições como ilegais. Se se cumprissem as normas gerais, de acordo com o causídico, as demolições estariam longe de ser concretizadas.
O posto de saúde e a escola que sofreram com a acção do martelo demolidor foram erguidos graças a contribuições da comunidade.
A Administração Municipal de Benguela, acusada de ilegalidades, e a Polícia Nacional ainda não emitiram as suas versões dos factos.
Testemunhas no local denunciaram a detenção de um jornalista do jornal Manchete, Paulino Sangueva, que teria sido levado a uma esquadra policial. As várias tentativas de o OPAÍS para confirmar este facto redundaram em fracasso.
Constantino Eduardo, em Benguela