Merkel alerta para risco de nova vaga e ameaça das mutações

Merkel alerta para risco de nova vaga  e ameaça das mutações

A chanceler alemã, Angela Merkel, alertou ontem Quinta-feira para o risco da terceira vaga do novo Coronavírus e a ameaça das mutações para o país, mas disse acreditar que com a vacina será possível derrotar o SARS-CoV-2.

“Com a vacina, temos uma ferramenta em mãos. Vai durar algumas semanas, mas há luz ao fundo do túnel e vamos derrotar o vírus”, disse Merkel no final de uma reunião governamental no Bundestag, a câmara baixa do parlamento alemão.

Merkel não voltou a falar da revogação da decisão de decretar o confinamento quase total de cinco dias, no período da Páscoa, que reconheceu ter sido um erro e pelo qual pediu desculpas.

A chanceler acrescentou que com a chegada à Alemanha da variante inicialmente detectada no Reino Unido, houve um retrocesso e que a tendência de queda nas infecções foi revertida.

“A situação é diferente este ano. Em Dezembro, tivemos um grande retrocesso que se deve à presença da mutação britânica. Sem esta, o efeito das restrições teria sido diferente e teríamos uma incidência muito menor”, disse Merkel. A responsável alemã lembrou que no início da pandemia as restrições levaram a uma queda acentuada nas infecções, o que permitiu uma grande abertura no verão de 2020.

“Depois tivemos um aumento no Outono e agora temos um crescimento exponencial de novo”, argumentou, defendendo as actuais restrições, que foram atacadas sobretudo pelos partidos de extremadireita Alternativa para a Alemanha (AFD) e pelo Partido Liberal (FDP).

Merkel sublinhou que o aumento das infecções não é um problema exclusivamente alemão e referiu que o mesmo está a acontecer no resto da Europa. Sobre as críticas sobre a aquisição de vacinas pela UE, Merkel assegurou que o problema está capacidade de produção dentro da Europa, razão pela qual esta é questão-chave na cimeira europeia que começou ontem.

A este respeito, Merkel indicou que aumentar a produção é fundamental não só em termos de fornecimento de doses aos cidadãos europeus, mas também para combater a pandemia em todo o mundo.

A pandemia da Covid-19 provocou, pelo menos, 2.745.337 mortos no mundo, resultantes de mais de 124,8 milhões de casos de infecção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.