Química Verde reforça critérios de profissionalismo a finalistas da especialidade

Química Verde reforça critérios de profissionalismo a finalistas da especialidade

Trata-se da consolidação de um plano que visa suscitar vocação em engenharia química e cursos complementares, usando como elemento motivador a formação no laboratório, onde o finalista dessa área científica encontrará medidas confortáveis para conquistar a componente prática.

Yonara Freitas, a engenheira química que lidera o centro de formação profissional, revelou a OPAÍS que a sua instituição já formou ou superou muitos engenheiros químicos que, antes disso, confessaram terem saído de suas faculdades com mais conhecimentos teóricos.

Nesta classe de confessos, Yonara Freitas não poupa muitos estudantes que fizeram a sua formação fora do país, tendo adiantado que os mesmos reclamavam de lhes ter sido dada pouca ou quase nenhuma oportunidade de estagiar numa empresa com laboratórios.

“Chegados aqui, percebem que há uma grande diferença entre aprender para serem profissionais e fazê-lo apenas de forma académica”, esclareceu a engenheira química, para quem o facto de eles estudarem em países europeus e americanos deveria ter aprimorado as questões técnico-profissionais.

Mas a especialista reconhece que a vida desses estudantes no estrangeiro não foi fácil, porque a prioridade é dada ao cidadão nacional daqueles países, uma situação que é confirmada pelos próprios “bolseiros”.

“Trata-se de jovens angolanos que se formaram na Rússia, Inglaterra, África do Sul, Estados Unidos da América (EUA), que chegaram mesmo a dizer que perdiam muitas oportunidades de aliarem a teoria à prática para os nativos, alegadamente por políticas de absorção dirigida dessas nações no mercado de emprego.

Para agravar a situação dos angolanos, o estágio numa empresa renomada de alguns desses países estava reservado aos nacionais, limitando-se os compatriotas de Yonara a terem ficado pelas aulas práticas, que ela considera insuficientes para a formação integral de um técnico.

Quando eles chegam ao centro Química Verde, a equipa de Yonara procura adaptar o máximo possível daquilo que eles vão ter de fazer numa empresa, para, depois, com ajuda de vários profissionais, os irem enviando em visitas de campo a determinadas empresas do ramo, onde a oportunidade de ganharem experiências técnicas com profissionais do ramo em que são superados se adivinha fácil.

Segundo explicou, este processo é para eles conseguirem perceber que o aprendido é adequável ao que se precisa nas empresas onde eles almejam estar enquadrados. “Então, eles têm de ver como são feitas as formulações”, assegurou a técnica.

Para a formação dos candidatos, a engenheira química conta com mais seis profissionais que acompanham e monitoram todas as actividades programadas para os formandos.

Suscitar químicos da base

As escolas do bairro Gamek à Direita e das redondezas, sobretudo as mais próximas do centro de formação profissional Química Verde, já beneficiaram de palestras sobre a Química e a sua implicação na vida, de forma a suscitar a vocação para os cursos da especialidade.

De acordo com Yonara Freitas, no ano passado, essas actividades foram especificamente dirigidas aos estabelecimentos de ensino médio e superior da área, aos quais foi deixada a garantia de os seus estudantes poderem visitar o laboratório da Química Verde.

“Nós sabemos que a maior parte desses estudantes não têm uma noção prática do que pode ser feito com a Química, porque a estudam mais na componente teórica, razão pela qual, quando entram em contacto com a realidade do nosso laboratório e vêem jovens a fazer muitas experiências, animam;se a seguir os cursos deste campo científico.

Outros há que visitaram o centro de formação profissional Química Verde e, depois disso, decidiram formar-se em engenharia química e noutras especialidades afins.

Questionada se nota uma noção considerável por parte dos encarregados de educação e dirigentes do bairro da a existência do centro, Yonara assegurou que a resposta da comunidade tem sido positiva, porque a maior parte dos estudantes que passaram pela Química Verde reconheceram que é uma grande valia fazer formação nesse centro de formação.

Por causa disso, a engenheira sente-se satisfeita em ajudar Angola a crescer na área técnica. “Para nós, é uma sensação de satisfação estar a moldar a mente das pessoas”, realçou, finalmente.