Adalberto Costa Júnior disse que A LIMA pode e deve contribuir com ideias exequíveis, sobretudo no capítulo do desenvolvimento social e humano, e até do crescimento económico, e essas ideias, segundo o líder da UNITA, devem projectar um desenvolvimento sócio-económico mais equilibrado e ajustado ao género.
O político acredita que nestas matérias a LIMA está em condições de projectar exemplos positivos para a sociedade, “ estimulando uma mentalidade mais proactiva”. “Aproveitamos esta plataforma para desafiar as mulheres a apresentarem as suas candidaturas às autarquias locais”, reforçou.
Dirigindo-se às delegadas ao congresso, disse que a UNITA não tem uma “visão misógina” das questões de governação, discriminando as mulheres ou atribuindo-lhes papéis menores.
“Pelo contrário, achamos mesmo que, em certas matérias, elas têm maior sensibilidade e valências, e, por isso, podem garantir níveis maiores de eficácia e eficiência”, disse.
O líder do maior partido da oposição avançou que as mulheres estão em condições de abordar com mais eficácia problemáticas como as do combate à pobreza e à fome que ainda atingem terrivelmente este país.
Para Adalberto Costa Júnior, as mulheres fazem milagres para governar os seus lares com parcimónia nos gastos, buscando sempre o melhor, mesmo em condições de escassez de recursos materiais e financeiros.
Segundo o político, a LIMA tem uma tradição e um historial de eficiência nas várias fases das lutas, pelos valores que tem abraçado, destacando que esse espírito de eficiência foi demonstrado durante os anos de luta pela liberdade e democracia.
“Vimos isso na forma abnegada como as mulheres se entregavam ao cumprimento do dever nas frentes, na atenção e no cuidado reservados aos feridos e enfermos; no zelo depositado nas tarefas de ensino e educação nas escolas das antigas Terras Livres”, destacou.
Recordou que militantes de várias gerações do partido que dirige, saíram do analfabetismo e aprenderam a ler graças ao “esmero e dedicação de inúmeras professoras, algumas aqui presentes”.
Adalberto Costa Júnior sublinhou que “este espírito está vivo” e pode reassumir um novo dinamismo nestes tempos em que todos vêm que o analfabetismo volta a constituir motivo de preocupação na sociedade angolana.
Na visão do líder do “galo negro”, estão a derrapar novamente as políticas e programas do governo virados para a alfabetização das populações, nas aldeias como nas periferias das grandes cidades.
Explicou que fenómenos como o analfabetismo e a fraca escolarização estão geralmente associados aos elevados índices de pobreza existentes no país. Baseando-se em estatísticas mais recentes e fiáveis estima-se que há em Angola 10 milhões de indivíduos adultos analfabetos, tem a 37ª taxa de escolarização mais baixa do mundo, sendo que 22 porcento das crianças estão fora da escola, enquanto 48 deste percentual de alunos matriculados no ensino primário não o completam.
Respeito à Justiça
No seu longo discurso, o líder do maior partido na oposição em Angola, apelou à soberania das instituições de Justiça, dar respeitabilidade aos seus profissionais e deixar de atentar contra o Direito.
Denunciou que as ordens superiores continuam a colocar uma “nódoa” no bom nome das instituições destinadas a garantir o equilíbrio e o bom funcionamento do futuro, de cada vez maior proximidade com as questões ligadas ao desenvolvimento das comunidades locais.
Concorre à líderanca da LIMA, Manuela dos Prazeres Kazoto, Domingas Njungulo e Helena Bonguela Abel.