O Ministério Público do Senegal anunciou sábado ter imputado sete acusações contra o líder da oposição e candidato presidencial Ousmane Sonko, depois de este ter sido detido por um incidente com um polícia.
“Ele vai ser processado por incitação à insurreição, associação criminosa, atentado contra a segurança do Estado, formação de quadrilha contra a autoridade do Estado, actos e manobras para comprometer a segurança pública e criar graves distúrbios políticos, associação criminosa e roubo de um telemóvel”, informou Abdou Karim Diop, procurador de Dakar.
O anúncio das acusações contra Sonko surge depois de este ter sido detido, na sexta-feira, por alegadamente ter “roubado violentamente um telemóvel a um polícia cujo veículo avariou perto da sua casa”, tendo de seguida feito um “apelo subversivo” à população nas redes sociais.
Segundo a versão de Sonko, divulgada nas suas redes sociais, o incidente ocorreu com agentes dos serviços de informações que ele alega estarem colocados à volta da sua casa 24 horas por dia.
Sonko explicou que os agentes começaram a gravar imagens, pelo que retirou-lhes o telemóvel, pedindo “à pessoa que estava a gravar para o desbloquear e apagar as imagens que captou, o que ele se recusou a fazer”.
Diop explicou que o alegado furto do telemóvel de um polícia “foi apenas um dos pretextos para a sua detenção, que era iminente” e que o político se encontra agora sob custódia policial, para comparecer perante o Ministério Público em breve.
Após a sua detenção na sexta-feira, a capital e algumas cidades do país viveram momentos de confronto entre as forças policiais e os jovens, que queimaram pneus e organizaram barricadas em protesto.