A revelação foi feita pelo médico Harold Bornstein em entrevista à CNN.
O médico revelou também que o guarda-costas de Trump fez uma “incursão” pelo seu consultório em fevereiro de 2017, removendo todos os registos médicos do Presidente dos EUA. Semanas antes de a carta ser tornada pública, Donald Trump anunciou, via Twitter, que o relatório de Bornstein mostraria “perfeição”. No Facebook, Trump acrescentava: “tenho a sorte de ter sido abençoado com grandes genes”
O antigo médico de Donald Trump afirmou esta terça-feira que não escreveu a carta que em 2015 declarava que o então candidato republicano à presidência gozava de uma saúde “surpreendentemente excelente”. Em entrevista à CNN, Harold Bornstein disse que Trump “ditou toda a carta”. A Casa Branca ainda não comentou a alegação do médico. A carta, que sugeria que o então candidato seria o “indivíduo mais saudável alguma vez eleito para a presidência”, não foi uma avaliação profissional sua, sublinhou Bornstein. O médico revelou também que o guarda-costas de Trump fez uma “incursão” pelo seu consultório em fevereiro de 2017, removendo todos os registos médicos do Presidente dos EUA.
O relatório incluía declarações sobre a força física e resistência de Trump, descritas como “extraordinárias”. A pressão arterial e os testes laboratoriais foram descritos como “surpreendentemente excelentes”, acrescentando-se que o então candidato não tinha quaisquer formas de cancro ou cirurgia articular e que teria perdido 15 quilos num ano.
Semanas antes de a carta ser tornada pública, Donald Trump anunciou, via Twitter, que o relatório de Bornstein mostraria “perfeição”. No Facebook, Trump acrescentava: “tenho a sorte de ter sido abençoado com grandes genes”.
Quanto à incursão, o médico afirmou que a 3 de fevereiro de 2017 um dos guarda-costas pessoais de Trump e dois outros homens irromperam pelo seu escritório. “Devem ter ficado uns 25 ou 30 minutos, o que criou muito caos”, disse Bornstein à NBC News, acrescentando que o incidente o fez sentir “violado, assustado e triste”. A cópia original e única dos relatórios médicos de Trump, incluindo relatórios laboratoriais, terá sido confiscada pelos assessores do Presidente.
A secretária de imprensa da Casa Branca, Sarah Sanders, insistiu à época que o incidente não se tratou de um ataque, mas antes de um “procedimento padrão” para a Unidade Médica da Casa Branca ficar na posse dos registos médicos do Presidente.