A missão da sonda lunar Chang ’e-4, que fez com sucesso o primeiro pouso suave no lado oculto da Lua, representa a esperança chinesa de combinar os conhecimentos humanos na exploração futura do espaço.
A Chang’e-4 levou quatro dispositivos desenvolvidos pela Holanda, Alemanha, Suécia e Arábia Saudita. “A cooperação internacional é o futuro da exploração lunar. Os países participantes compartilharão os custos, riscos e lucros e aprenderão uns com os outros. Esperamos por mais cooperação internacional”, indicou Wu Weiren, projectista-chefe do programa de exploração lunar chinês Um detector de radiação de neutrônio desenvolvido pela Alemanha e um detector de átomos neutros desenvolvido pela Suécia estão no veículo explorador para operações de teste, revelou a Administração Nacional Aeroespacial da China nesta Quinta-feira.
A unidade de aquecimento de radioisótopos, dispositivo feito por cientistas chineses e russos, dará suporte à sonda na noite lunar, que equivale a 14 dias na Terra e durante a qual a temperatura pode cair para 180 graus Celsius abaixo de zero. A estação terrestre que a China construiu na Argentina desempenhou um papel importante no monitoramento e controlo da missão e as estações terrestres administradas pela Agência Espacial Europeia também darão apoio. Os cientistas encarregados pela sonda Lunar Reconnaissance Orbiter (LRO) da Nasa também cooperaram com a equipa da missão da Chang’e-4 no estudo do pouso da sonda chinesa, conforme a Nasa, apontando que a parte americana contribuiu com os dados de órbita do LRO e a China, com a hora e localização do pouso.
Wu assinalou que a China está a elaborar o plano para a quarta fase do programa de exploração lunar e que mais cargas úteis para as missões futuras poderiam ser desenvolvidas através da cooperação internacional. “A área de cooperação será ampliada. Talvez todo o veículo de exploração lunar poderia ser desenvolvido através de cooperação internacional”, manifestou. A colaboração para os dispositivos incorporados na missão Chang’e-4 não teve obstáculos, exaltou o projectista-chefe da sonda, Sun Zezhou. “Esforçamo- nos ao máximo para criar uma condição favorável para os nossos parceiros”. “O objetivo comum é melhorar a compreensão humana da Lua e do universo. A colaboração beneficiará a todos os participantes”, destacou.