O julgamento das duas mulheres acusadas pelo assassinato, no ano passado, do meio-irmão do líder norte-coreano irá prosseguir, anunciou ontem, Quinta-feira,16, um tribunal da Malásia.
Depois de ouvir as alegações da Procuradoria, o tribunal de Shah Alam, perto de Kuala Lumpur, considerou as provas apresentadas contra a indonésia Siti Aisyah e a vietnamita Thi Huong suficientes para apoiar a acusação de homicídio com premeditação, afirmou o presidente da corte, Azmi Ariffin. Na audiência anterior, em Junho, o juiz informou que anunciaria uma decisão a 16 de Agosto, que poderia ser a absolvição ou a continuidade do julgamento para permitir que as acusadas apresentem uma defesa ante as acusações.
O meio-irmão de Kim Jong- Un foi assassinado a 13 de Fevereiro de 2017, no aeroporto de Kuala Lumpur, por duas mulheres que atiraram ao rosto da vítima o agente neurotóxico VX, uma versão letal do gás sarin, considerado uma arma de destruição em massa. Kim Jong Nam faleceu poucos minutos depois do ataque. As duas acusadas negam qualquer intenção de matar Kim Jong Nam e alegam que foram contratadas para participar no que acreditavam que era um programa de TV de ‘apanhados’, mas que foram enganadas e envolvidas num complot de agentes norte-coreanos.
Quatro cidadãos da Coreia do Norte acusados no processo fugiram da Malásia no dia do crime. Desde o início do caso, a Coreia do Sul acusa a Coreia do Norte de ter planeado o assassinato, o que Pyongyang nega. Kim Jong-Nam era um crítico do regime norte-coreano e morava no exílio. Para a acusação, o caso diz respeito a um “assassinato completamente planeado e executado” pelas duas mulheres, “treinadas” para garantir o êxito da operação. A defesa denuncia uma investigação “ruim” e pede a absolvição das acusadas.