Os Estados Unidos também condenaram a falta de transparência na disputa do último Domingo, enquanto a China, grande investidora, louvou o processo.
A eleição para escolher um sucessor para o presidente Joseph Kabila, que governou o país de 80 milhões de pessoas desde que o seu pai foi assassinado em 2001, deve marcar a primeira transição democrática do poder desde a independência da Bélgica em 1960.
Mas as tensões aumentaram desde a votação, depois que observadores relataram uma ladainha de irregularidades que a oposição diz ser parte do esforço do partido no poder para roubar votos. Preocupado porque a disputa poderia desencadear o tipo de violência observada após as eleições de 2006 e 2011, o Conselho de Segurança reuniu-se na Sexta-feira para discutir como reagir.
“As tensões aumentavam enquanto o CENI tabulava os resultados, especialmente à luz da postura de partidos e candidatos”, disse Leila Zerrougui, chefe da Missão de Estabilização da ONU na República Democrática do Congo, segundo o relatório interno. Mas os 15 membros do conselho “divergiram na avaliação dos problemas que afligem o processo e dividiram-se quanto à questão de se o Conselho deveria emitir uma declaração à imprensa”, continuou o relatório.
Uma reacção internacional negativa ou cautelosa poderia ser problemática para Kabila, cujo governo defendeu a organização da eleição, e poderia enfraquecer a legitimidade do sucessor escolhido por Kabila, Emmanuel Ramazani Shadary, caso ele fosse declarado vencedor.
INFLAMAÇÃO DA SITUAÇÃO No encontro de Sábado, a França pressionou a publicação de um comunicado que reconhecesse que a eleição do Congo permitiu que as pessoas exercessem o seu direito democrático e pediu calma, mas criticou a decisão do governo de cortar o acesso à Internet e a expulsão de alguns meios de comunicação.
Os Estados Unidos ameaçaram impôr sanções contra aqueles que prejudicam o processo eleitoral e enviaram tropas para o Gabão no caso de os seus cidadãos precisarem de resgate de qualquer violência, apoiaram a declaração, ao lado da Grã-Bretanha, Costa do Marfim, Bélgica e outros.
A África do Sul, há muito aliada de Kabila, disse que a declaração poderia “inflamar” a situação se emitida antes dos resultados, diz o relatório. A Rússia disse que isso pode ser visto como uma tentativa de distorcer a opinião pública. China “elogiou a maneira como as eleições foram realizadas”, diz o relatório, e disse que uma declaração não deve ser publicada antes dos resultados.
Os resultados iniciais eram esperados no Domingo, mas o conselho eleitoral (CENI) disse que eles poderiam ser adiados porque a contagem de votos registou atrasos.