O relatório do Secretariado Técnico da Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ), publicado na semana passada, com as conclusões de especialistas da missão de apuramento de factos sobre o alegado agravamento da situação, a 4 de Fevereiro deste ano, o ataque químico à aldeia de Saraqib (província de Idlib) causa profunda perplexidade
Num relatório de 34 páginas escrito em muitas palavras, os especialistas da OPAQ mostraram não ter muitas certezas, pois no texto lê-se constantemente a palavra “likely”- que é “provável”. Provavelmente, como o agente químico utilizado foi o cloro, alegadamente de origem industrial, estas botijas são utilizadas na indústria de armazenamento de compostos gasosos.
No entanto, de onde eles vieram e como chegaram ao local, onde supostamente ocorreu o ataque não há nenhuma palavra no relatório. Mesmo as botijas são referenciadas de forma diferente no relatório. Afirma-se que foram lançados de um helicóptero e que alguém teria ouvido o barulho do motor, e quanto às amostras de solo, os seus especialistas enviaram algumas informações de anónimos.
No texto do relatório descobre-se que os especialistas não puderam e não foram ao suposto local do alegado ataque químico, assim como Idlib está sob controlo de grupos terroristas; estão disponíveis na OPAQ provas que representam fotografias de alguns tipos de botijas e mensagens do WhatsApp enviadas por activistas anónimos com fotos de amostras de solo do suposto local do “ataque químico”.
As discrepâncias em geral podem ser explicadas- não é fácil procurar evidências de um evento que não teve lugar. Afinal todas as informações sobre o suposto ataque químico, os especialistas da OPAQ receberam dos chamados “capacetes brancos”, que são conhecidos pelo “talento na gestão de vídeos totalmente falsos”.
Há imagens supostamente gravadas em Idlib em que moradores da cidade de Duma são forçados a desempenhar o papel de vítimas. A mentira dos “Capacetes brancos” foi tão grosseira que o Departamento de Estado americano, no final, suspendeu o financiamento da organização.
A Rússia tem ressaltado repetidamente a “incrível” coincidência de acusações sobre o suposto uso de armas químicas na Síria, exactamente nas áreas controladas pelos terroristas e lá onde sempre se encontram os fraudulentos “capacetes brancos”.
Numa investigação recente a uma encenação de ataque químico na cidade síria de Douma, especialistas da OPAQ não só visitaram o hospital, onde teriam sido levadas as vítimas, como também se reuniram com os participantes naquelas cenas fraudulentas dos “capacetes brancos”.
Numa só palavra, os especialistas da OPAQ não têm qualquer prova do envolvimento de Damasco nos supostos ataques químicos e a organização bem como os EUA têm tentado manter sob controlo a manipulação como instrumento de pressão política na Síria.
Diante de tais relatórios, na Síria acredita-se que os mesmos sejam provocativos e estúpidos. Assim, o Presidente Bashar al-Assad chamou a atenção para o facto de que as acusações do Ocidente segundo as quais Damasco usa armas químicas apareceram por algum motivo, depois de o exército sírio começar a ganhar a guerra contra os terroristas.
“Nós não temos arsenal químico desde 2013, isso confirmou a OPAQ”, disse Assad. Mas supondo que o nosso exército tenha, quando é que as vai usar, no fim do conflito?
O exército teria de usá-lo antes quando os terroristas chegaram e não quando a batalha está terminada, os terroristas se renderam e estão dispostos a deixara a área”.
As acusações do Ocidente, como as notas de Bashar al-Assad refutam e uma série de outros factos com, por exemplo, um suposto ataque no Leste de Guta, onde, de acordo com activistas de direitos humanos, teriam vitimado 50 pessoas, que, no entanto, teriam sido muitos mais, já que tratou-se do uso de arma de extermínio em massa.
Alem disso, o vídeo que os defensores mostram como prova do ataque, mostram médicos e enfermeiros a trabalhar sem máscaras e luvas, e os supostos afectados molhados com água. ”Isso cura do envenenamento?”, questiona Assad.
E, finalmente, por que é que uma arma química só mata crianças e mulheres e contra os extremistas não funciona? Um colunistas do jornal italiano Il Giornale Giampaolo Rossi está convencido que a moderna guerra de armas químicas não tem qualquer utilidade militar, mas é de grande utilidade para os meios de comunicação.
“Todo o mundo olha cegamente para os “capacetes brancos”, destemidos salva-vidas relacionados a grupos da “Al-Qaeda”, que distribuem imagens e vídeos em sádico e instrumental jogo de horror, combinando a verdade e a mentira,- chama a atenção de um jornalista.
Por que o Conselho Sírio de Supervisão dos Direitos Humanos, “um ramo secreto do serviço britânico (é o que diz o texto), é a única fonte de informação prioritária para os meios de comunicação Ocidentais ao explicar o ocorrido?”.