Entre as personalidades visadas pelas sanções, estão Emmanuel Shadary Ramazani, ex-ministro do Interior e actual candidato presidencial do partido de Kabila, bem como Lambert Mende, ministro da Comunicação e Imprensa e porta- voz do Governo em Kinshasa. Na nota transmitida à imprensa Segunda-feira, a UE reitera que as medidas aplicadas contemplam o congelamento dos activos bancários das figuras visadas e a sua proibição de entrada na Europa.
A UE indica, no entanto, estar disposta a rever estas medidas em função das condições em que se vão realizar as eleições presidenciais de 23 de Dezembro próximo, visto que a RD Congo se recusou a acolher uma Missão de Observação Eleitoral Europeia. Nos meios políticos europeus duvida- se da transparência do escrutínio, devido, nomeadamente, à máquina de votação apelidada pelos Congoleses de “máquina da batota”, proveniente da Coreia do Sul e 100 mil das quais já foram instaladas nas assembleias de voto. Assim, Martin Fayulu, candidato comum de uma parte da Oposição, incluindo o MLC de Jean-Pierre Bemba e o Ensemble de Moise Katumbi, pediu aos seus apoiantes que, depois de depositar o seu boletim de voto na urna, “permaneçam nas assembleias de voto o máximo de tempo possível para prevenir as fraudes”.
Do seu lado, Félix Tshisekedi (UDPS) e Vital Kamerhe (UNC), que concorrem na mesma lista, afirmaram que com ou sem a máquina de votação eles participarão no escrutínio presidencial. Segundo uma sondagem de um Instituto americano que lançou a consulta por telefone em todas as províncias congolesas, Félix Tshisekedi ocupa a primeira posição com 36 por cento das intenções de voto, seguido de Kamerhe (17 porcento), enquanto Emmanuel Shadaruy Ramazani, candidato do poder, se posiciona no último lugar com apenas um por cento das intenções de voto.
A sondagem não considera o candidato Martin Fayulu.
No seio da Diáspora congolesa na Bélgica, Emmanuel Shadary Ramazani é visto como tendo poucas chances de vencer as eleições presidenciais, por ser “perfeitamente desconhecido do público e sobretudo porque ele não fala o lingala”, a língua de Kinshasa, a capital.