João Lourenço há muito que disse ao que vinha, ou ao que veio, em boa verdade, já que é Presidente da República há pouco mais de um ano e os pilares do seu discurso são já conhecidos por todos. Talvez não entendidos, mas conhecidos.
Por: José Kaliengue
E quem o não tivesse levado a sério no início começa a perceber bem o peso de cada palavra. E há quem vá já sentindo na pele este peso. Ao longo do ano, João Lourenço procurou ter uma atitude pedagógica e ao mesmo tempo firme.
“Não estou para brincar e nem para que me brinquem”. De vez em quando os países precisam de homens assim, e quando se promovem mudanças o campo é fértil para o seu surgimento. O resto depende do carácter do líder, dos seus pensamentos mais íntimos.
Mas o futuro sempre dirá se foi bem sucedido ou não, se fez as melhores opções, se fez as melhores leituras, ou mesmo se esteve atrasado ou avançado no tempo.
Por ora, à mesa, os angolanos não sentem o efeito das políticas de Lourenço, apesar da sensação de justiça, não por haver já culpados provados e condenados por descaminho de bens públicos, mas porque em África a nossa desgraça tem sempre um culpado, para já há uma generalizada satisfação popular. Mas Lourenço sabe que no Estado mandam as leis.
Esperemos para ver. Hoje, ao discursar sobre o Estado da Nação, o Presidente deverá reafirmar os seus propósitos, apresentará um diagnóstico melhor do país, penso eu. Mas deverá também prestar contas sobre todos os avanços registados, seja em que área for, para assim não deixar uma sensação de vazio que as suas palavras poderão engendrar.