Director do jornal O PÁIS, um produto que aos poucos vai ganhando notoriedade no país pelo trabalho que faz. Saudações pelos dez anos de existência, é uma obra a ter em conta no jornalismo angolano e a respeitar. Sou cidadão angolano nascido na cidade do Lubango, província da Huíla, mas trabalho no Cuando Cubango.
Recebo o vosso jornal por várias vias, mas aproveito o espaço para apresentar um inquietação de muitos angolanos como eu. No ensino geral, o Ano Lectivo está praticamente terminado, no entanto as crianças já estão de férias.
Até aqui, louvo o esforço feito pelo professorado nacional, apesar do parco salário e das péssimas condições de muitos docentes. O Ministério da Educação, mesmo no tempo da outra senhora, onde havia muita jactância, não criou e nem tem por via das escolas públicas um Plano Nacional de Férias para os alunos.
Resultado, para muitas crianças, estar de férias é ficar em casa e sem fazer alguma coisa proveitosa. Isto torna cada vez mais a criança hermética em termos de conhecimentos extra escolares. Conhecer monumentos e sítios e outros locais que possam ajudar a criança a crescer deve ser, no meu ponto de vista, uma tarefa dupla.
Os país e a escola devem actuar neste processo, uma vez que o futuro da criança depende da família como núcleo restrito, bem como do Estado. Por isso, o Ministério da Educação tem a obrigação de pensar neste projecto, sendo que não gastará milhões, porque será local.
Angola, enquanto país, conta com pessoas formadas nesta área, logo não é necessário inventar a roda. Quando vou a Luanda, fico triste, muito triste mesmo. Passo pelo Largo das Escolas e vejo os meninos da Escola Francesa e Portuguesa inseridos neste processo.
Mas, o filho do “Pepé” continua a estudar numa escola deixada pelo colono e sem condições adaptadas à nossa realidade, sem esquecer lá estudam filhos de altos dirigentes angolanos. É uma vergonha para o Ministério em nome do Estado angolano! Upale João Ngando