Às seis horas da manhã estavam dezenas de jovens em jardins públicos agarrados aos livros. Não iam a caminho da escola, estavam, alguns em grupo e outros isolados, numa espécie de agora do planalto, a estudar, a discutir matérias. Esta é a imagem do Huambo. De que a cidade se orgulha, e ainda bem. No dia anterior, na Quinta-feira, uma senhora ida de Luanda em serviço pelo Fundo de Garantia Automóvel, tinha-me falado já da intelectualidade dos jovens da Cidade Vida. A nova governadora provincial, Joana Lina, se quer ter êxitos, deve fazer por manter na cidade esta apetencia pelo saber, até porque o clima, que não depende dela, ajuda. Notei na cidade o quanto cresceram as casuarinas do governador Kassoma e os pinheiros do governador Kussumua. Teremos árvores de Joana Lina também? Se as não plantar, que deixe aos menos respirar os jardins das casas, que mantêm os muros baixos. Sim. Se não plantar árvores, publique um edital a proibir muros altos na cidade. A governadora é da Cidade Jardim, sabe do bem que faz à alma e à cidade ter jardins particulares floridos e lindos. Uma cidade florida. Além disso, cá para mim, uma cidade sem muros é mais segura. E os que nada roubaram e nada têm a esconder também não precisam deles. É bom estar numa cidade que ainda merece este nome.
Livros e flores
