A República de Angola está a preparar a inscrição na UNESCO da localidade do Cuito Cuanavale (Cuando Cubango), do Complexo Rupestre de Tchitundo Hulo (Namibe) e do Corredor do Cuanza a património da humanidade, anunciou esta Sexta-feira, em Luanda, o vice-presidente da República, Bornito de Sousa.
Bornito de Sousa, que discursava na abertura da primeira reunião ordinária da Comissão Nacional Multissectorial para a Salvaguarda do Património Cultural Mundial, explicou que o Cuito Cuanavale se justifica por ter sido palco de uma das maiores batalhas da história contemporânea, pelo carácter histórico e simbolismo para Angola, a África Austral e para o mundo. Já o Complexo Rupestre de Tchitundo Hulo se justifica por ser um dos tesouros culturais mais valiosos de Angola, pela qualidade das suas gravuras que remontam mais de quatro mil anos, enquanto o Corredor do Cuanza pela dinâmica à margem do rio com o mesmo nome e do uso da sua rota para a introdução do cristianismo e construção de instituições político- militares coloniais.
Anunciou também a constituição de comissões técnicas encarregues de preparar as candidaturas dos três sítios que considera terem valor histórico inquestionável, com lugar garantido na memória colectiva, por serem parte da história universal. O património cultural, segundo o vice-presidente, deve ser visto também na perspectiva socio-económica. Adianta que um dos desafios deve ser o de associar a questão do património mundial ao desenvolvimento sustentável, respeitar o papel e o envolvimento das comunidades e autoridades locais e do turismo, tornando as cidades inclusivas, seguras, resilientes e sustentáveis.
Bornito de Sousa considera fundamental acomodar as mudanças impostas por grandes fenómenos globais, tais como as alterações climáticas e a rápida urbanização. Segundo um comunicado, a comissão apreciou também a proposta de restauração de monumentos e a construção de novos memoriais que simbolizem a história, cultura e tradição nacional. A Comissão Nacional Multissectorial para a Salvaguarda do Património Cultural Mundial, órgão criado por Despacho Presidencial 25/18 de 5 de Março, é coordenada pelo vice-presidente da República, coadjuvado pela ministra da Cultura.
A Comissão tem por objectivo promover a implementação de programas de conservação e a gestão participativa do património cultural nacional, de acordo com as convenções e tratados internacionais sobre a matéria. Integram a comissão a ministra da Cultura (coordenadora adjunta), os ministros do Interior, das Relações Exteriores, da Administração do Território e Reforma do Estado, do Turismo, da Construção e Obras Públicas e da Comunicação Social.