Inviabilização do congresso, não realização de reuniões dos órgãos directivos, letargia, fracasso político do partido e arrogância são as acusações que pesam sobre Bendito Daniel, presidente do Partido de Renovação Social que, até ao fecho desta matéria, não se pronunciou, apesar de todas as tentativas feitas pelo jornal OPAIS em busca do contraditório
O presidente do Partido de Renovação Social (PRS), Benedito Daniel, está a ser acusado de atropelar os estatutos e levar a organização à ruína. A acusação foi ex- pressa a este jornal pelo político e militante do PRS, Sapalo António. Segundo o ‘queixoso’, um dos flagrantes mais visíveis está no facto de Benedito Daniel inviabilizar a realização do congresso para a eleição do novo corpo directivo do partido.
De acordo com Sapalo António, actualmente, conforme regem os estatutos do partido, Benedito Daniel está com o mandato expirado, pelo que já era tempo de anunciar a realização do próximo conclave que deverá redefinir a actuação do partido para os próximos seis anos.
Ao detalhe, Sapalo António fez saber que os estatutos do partido orientam que o mandato deve ter um período corrido de seis anos, e que, findo este prazo, é de responsabilidade do presidente convocar o congresso três meses antes de concluir a sua presidência. Neste sentido, frisou, tendo em atenção que Benedito Daniel foi eleito em Maio de 2017, logo, já tem os seus seis anos concluídos, pelo que deveria, em sede da responsabilidade que lhe é exigida, convocar o congresso em Fevereiro, cumprindo, assim, com o estabelecido nas normas internas do partido funda- do por Eduardo Kuangana, em 1992.
“Se ele foi eleito em 2017, é justo que, em Fevereiro deste ano, o senhor Benedito Daniel já devia ter convocado o congresso. Coisa que ele não fez até ao momento”, apontou.
Letargia política Sapalo António, que em 2017 concorreu, igualmente, à liderança do PRS, denunciou, também, que há mais de dois anos que os órgãos directivos do partido não reúnem, nomeadamente o Conselho Político e o Comité Nacional. “Ele invoca sempre problemas de dinheiro. Mas para reunir estes órgãos não é preciso dinheiro”, afirmou, tendo acrescentado ainda que, “só posso dizer que tudo isso é um problema de incompetência associada a uma outra coisa que as pessoas depois saberão decifrar”.
Partido em ruína
Outra questão levantada pelo antigo deputado à Assembleia Nacional prende-se com o fracasso político do PRS que, na sua vi- são, vai se deteriorando a cada ano. Segundo o político, o PRS vem conhecendo um fracasso político que se verifica, na prática, com a fuga de militantes, perda dos assentos parlamentares, falta de prestígio junto da sociedade e outras questões. Toda esta queda frisou, vem se registando desde que Benedito Daniel assumiu a liderança do PRS, em 2017. “O partido está nu- ma autêntica ruína. Ele faz valer as suas posições e deita fora os estatutos, porque para ele não vale. O que vale é o que ele diz, apenas. Por isso é que o partido está nas condições em que se encontra por causa da arrogância do senhor Benedito Daniel”, deplorou.
Sem resposta
Em sede da busca pelo contraditório, o jornal OPAIS tentou, várias vezes, contactar o presidente do PRS, Benedito Daniel, mas não obteve qualquer resposta do outro lado.