Golpes de Estado em África preocupa classe de advogados da SADC

Golpes de Estado em África preocupa classe de advogados da SADC

Os constantes de golpes Estado por via militar, sendo o mais recente o do Gabão, é descrito como um retrocesso da democracia no continente, considera a Associação da Ordem dos Advogados da Comunidade de Desenvolvimento dos Países da África Austral, que estiveram reunidos na XXII Conferência e Assembleia Anual da SADC-LA, em Luanda.

Durante o acto que decorre sob o lema “Reengajamento para independência dos advogados e juízes para o desenvolvimento sustentável da democracia na região da SADC”, os membros da associação manifestaram-se preocupados com o que tem vindo a ocorrer no continente, sobretudo as destituições presidenciais com recurso à força militar.

Para os causídicos, África entrou numa tragédia democrática e, por isso, decidiram unir-se mais com vista a monitorar as tentativas de golpes de Estados sejam militares assim como de violações às constituições.

O advogado e consultor jurídico, Willard Mwemba, com escritório em Malawi, um dos participantes à conferência, referiu que, em África, devido ao retrocesso da democracia, as pessoas estão a perder a fé nas eleições e nas instituições, e vão acreditando cada vez mais nos militares e líderes religiosos, daí que, segundo disse, celebram efusivamente os golpes de Estado.

“Há uma regressão da democracia em África, a SADC está numa crise, mais de cinco países africanos estão sob sanções da Organização das Nações Unidas, uns devido a golpes militares e outros constitucionais”, disse Willard Mwemba, apelando que, urge a necessidade de se criar uma África diferente.

Por sua vez, Rose Hanzi, representante do Zimbabwe, criticou o facto de muitos governos africanos correrem para ratificar iniciativas globais, mas que depois não as cumprem nos seus respectivos países.

 

Por: José Zangui