Governador alerta que incumprimento pode levar Benguela à “calamidade pública”

Governador alerta que incumprimento pode levar Benguela à “calamidade pública”

Dirigindo, ontem, uma mensagem aos cidadãos a partir do palácio à praia Morena, Rui Falcão Pinto de Andrade alerta que alguns comportamentos adoptados podem levar a província a uma verdadeira situação de calamidade pública, com níveis impossíveis de avaliar.

Ele que é o coordenador da comissão provincial de saúde pública, avisa os cidadãos a assumirem as suas responsabilidades para não porem em perigo as suas vidas dos demais cidadãos.

Perante um quadro caracterizado de preocupante, a julgar pelo registo de cinco casos de Covid-19, o governador sugere que, agora, a alternativa passa, necessariamente, por acatar as condutas que salvaguardem o bem vida.

Diz que hoje ninguém pode argumentar desconhecimento para a violação das medidas de prevenção, porquanto todo mundo as domina.

 “Não há nada que justifique o desrespeito pela nossa vida. Ninguém poderá imputar a responsabilidade dos seus actos a terceiros”, reitera o alerta.

O governador enaltece aqueles que considera estarem na linha da frente, designadamente técnicos de saúde, órgãos de defesa e segurança, e que têm sido, segundo Falcão, vítimas da irresponsabilidade de muitos cidadãos.

 Nesta perspectiva, o Governo e a Comissão Provincial de Benguela, em colaboração com a Comissão Multissectorial, farão tudo que estiver ao seu alcance para evitar males maiores.

Vírus letal, alerta

 Porém, sugere o governante, torna-se imperioso compreender que se alguém não cumprir os seus deveres, compromete a saúde e o bem-estar de todos.

“Este vírus não distingue ninguém e mata de forma indiscriminada”, avisa o responsável, manifestando-se, contudo, aliviado pelo facto de os cinco pacientes de covid-19, em tratamento no centro da Catumbela, estarem todos assintomáticos, não precisando de ventiladores.

“Não têm sintomas, nem apresentam quaisquer sinais da doença(…) Esses assintomáticos são, na maior parte das vezes, os causadores directos da proliferação da doença no meio em que vivem”, considera.

 Para Rui Falcão, não há no mundo inteiro um país com capacidade para proteger todos os cidadãos e, por conseguinte, evitar a sua morte, daí que sugira que cada um seja responsável. Como quem quisesse mandar recados aos críticos, Rui Falcão assevera que este é o momento de “nos defendermos e não mandar teses mirabolantes para culpabilização de terceiros”.

 Rui Falcão reservou parte da sua comunicação dirigida aos cidadãos, em Benguela, para reprovar o modelo adoptado por alguns cidadãos praticantes de exercícios físicos na via pública, para quem estes não estarão a obedecer o distanciamento interpessoal e outras medidas de biossegurança.

O governador alerta aos cidadãos que tenham cuidado quando forem a usar os ATM. “Devem pensar que o dinheiro que levantam os vai proteger da doença”, disse.

 

Constantino Eduardo, Benguela