Governo investe mais de 282 milhões de euros na reabilitação de estradas em Cabinda

Governo investe mais de 282 milhões de euros na reabilitação de estradas em Cabinda

Um total de 295 quilómetros de estradas, avaliados em 282 milhões 515 mil e 550 euros, foram adjudicados à empresa Mota Engil Angola para serem reabilitados de modo a melhorar a circulação de pessoas e bens, e permitir o escoamento da produção agrícola e de minérios entre o Norte e o Sul da província de Cabinda

Aempreitada, dividida em três troços, será executada num prazo de 36 meses, envolvendo, numa primeira fase, 750 empregados.

O acto da consignação da obra aconteceu no fim-de-semana no município de Cacongo, 45 quilómetros a Norte da cidade de Cabinda, perante o ministro das Obras Públicas, Urbanismo e Habitação, Carlos Alberto dos Santos, e da governadora de Cabinda, Mara Quiosa.

O primeiro troço Mbaca/Yabi compreende uma extensão de 27 quilómetros de estrada, Cabinda/ Miconje (188 quilómetros) e o último troço que liga a sede comunal de Miconje ao Alto-Sundi comporta 80 quilómetros.

O director executivo da Mota-Engil Angola, José Tavares Rodrigues, garante que a estrada será uma estrutura funcional e resistente, atendendo às cargas (peso) que vai ter que suportar com relação ao escoamento da produção agrícola e dos minérios para o desenvolvimento da província de Cabinda e do país.

“A estrada terá várias tipologias e várias soluções ao longo do seu traçado. Está divido em troços.

O perfil transversal varia de troço para troço. A estrutura do pavimento, a largura dos perfis e as faixas de rodagem vão obedecer aos mínimos exigidos”, assegurou.

Adiantou que de Miconje a Cacongo a largura média será de 10 metros, enquanto no troço Cacongo/ Cabinda a largura varia entre os 10 e os 15 metros e possuirá separadores ao longo da via.

Para a governadora de Cabinda, Mara Quiosa, a reabilitação e construção da estrada, que se encontra bastante degradada, é uma obra estruturante importante para o desenvolvimento sócio-económico dos quatro municípios da província e que vai ajudar, significativamente, na mobilidade de pessoas e bens entre o Norte e o Sul de Cabinda.

O ministro das Obras Públicas, Urbanismo e Habitação, Carlos Alberto dos Santos, afirmou que levou algum tempo para conceber uma solução técnica e encontrar os recursos financeiros para a concretização do projecto de reabilitação dos referidos troços.

Segundo o ministro Carlos dos Santos, com a adjudicação dessa obra pretende-se dar início a um processo que leve à reabilitação de alguns troços que se consideram indispensáveis para o desenvolvimento da província de Cabinda e a locomoção das pessoas.

“Com este acto pretendemos alavancar a actividade produtiva nos sectores da agricultura, transportes, comércio, indústria e petróleos que encontrarão nestas estradas a possibilidade de melhor desempenhar os seus serviços”, afirmou o governante, já que, conforme referiu, “trazer estrada é trazer desenvolvimento, é trazer capacidade para os outros sectores criarem o seu desenvolvimento.”

Acrescentou que com a reabilitação das estradas vai criar um melhor acesso aos serviços públicos como a educação, a saúde e outros, mas, acima de tudo, vai trazer uma dinâmica à economia da província, nacional e também regional.

Habitação Para além do programa de reabilitação das estradas, o ministro das Obras Públicas, Urbanismo e Habitação anunciou o projecto de construção de 3000 casas em Cabinda que vão ser repartidas pelos quatro municípios e um outro projecto de 500 casas para serem erguidas em Cabinda, Cacongo, Buco-Zau e Belize.

No âmbito do projecto de construção das 500 casas sociais, o ministro Carlos dos Santos deslocou-se à sede municipal de Buco-Zau para lançar o programa que será abrangente aos municípios de Cacongo e Belize.

“No domínio das obras públicas temos um programa extenso, e nos foi solicitado a necessidade de equilibrarmos a oferta de habitação, deixar de ser concentrada no município sede e passarmos a ter também as construções noutras localidades da província.”

Estancamento de ravinas

Um outro aspecto que trouxe o ministro das Obras Públicas, Urbanismo e Habitação a Cabinda tem a ver com a contínua implementação do programa de estancamento de ravinas.

Segundo Carlos dos Santos, Cabinda tem, actualmente, de forma activa mais de 80 ravinas.

O programa de combate às ravinas, segundo o governante, já começou com a intervenção de algumas que se apresentam muito críticas e que ameaçam a vida das populações que se encontram nas zonas de risco.

“Faremos algumas visitas de forma que, tão breve quanto possível, regressarmos a Cabinda e fazer novas consignações de obras com destaque para o município de Cacongo que nos foi reportada uma ravina urgente que ameaça essa localidade. Criamos uma solução para uma rápida intervenção.

O ministro assumiu que não se conseguiu fazer tudo que conforme se pretendia porque “os recursos são escassos e temos que ouvir os bons conselhos das prioridades.”

Neste momento, adiantou, decorrem negociações sobre os financiamentos de alguns projectos para que, dentro em breve, voltar a Cabinda para, de forma humilde, dizer que agora é a vez dessas acções.

Para as futuras acções, segundo Carlos dos Santos, primeiramente, há a necessidade de se concluir o programa de infra-estruturas integradas e urbanas para a cidade de Cabinda, um projecto associado à uma solução expedita e mais eficiente para a drenagem.

O programa de drenagem da província de Cabinda não consta ainda no rol das prioridades, enquanto se está a finalizar a situação financeira para que, de facto, o problema das infra-estruturas integradas conheça a segunda fase de execução.

O ministro falou também da conclusão das obras do Campus Universitário de Cabinda paralisadas há mais de 10 anos.

“Estamos também, neste momento, a negociar a solução financeira para concluirmos a obra do Campus Universitário de Cabinda que clama, acima de tudo, como prioridade a sua conclusão.

Iniciamos a obra e parou durante algum tempo, porque não tinhamos a solução financeira eficiente para tal.

Neste momento, a prioridade passará também pela conclusão deste projecto.” Outro aspecto que constituí prioridade no âmbito do programa nacional ligado às circulares rodoviárias é a construção, no futuro, da circular da cidade de Cabinda que tem como objectivo desviar o tráfego pesado do centro urbano para se ter um melhor controlo e permitir a durabilidade dos pavimentos.

Na sua intervenção o ministro das Obras Públicas, Urbanismo e Habitação falou ainda dos programas de manutenção e conservação das estradas, portagens e pesagem de viaturas pesadas.

“Para termos um programa eficiente de conservação das nossas estradas é necessário que haja acima de tudo a regularização do seu uso.

Temos assistido quase sempre camiões com excesso de carga que danificam os nossos pavimentos.

Este programa visa, acima de tudo, fazer este controlo e ajudar que o investimento que o Estado faz possa ter a durabilidade necessária”, concluiu.

 

Por: Alberto Coelho, em Cabinda