Na Grande Entrevista à Televisão Pública de Angola (TPA), que visou fazer o balanço do desempenho dos deputados à Assembleia Nacional, durante a IV Legislatura, dos vários assuntos em cima da mesa, o destaque vai para a FNLA, o combate à corrupção e o desempenho do Tribunal Constitucional
Quando questionado sobre o combate à corrupção, o líder da FNLA apontou o Presidente da República, João Lourenço, como sendo um líder corajoso devido à sua determinação e coragem para combater a teia da corrupção nas instituições do Estado, para resgatar a imagem do país e atrair investimento estrangeiro.
Ngonda referiu que, desde que entrou em acção, o combate aos crimes de “colarinho branco” levado a cabo pelo Governo do MPLA, saído das eleições gerais de 2017, há mais sentimento de responsabilidade nas instituições, e os resultados são aceitáveis, apesar de reconhecer o longo caminho ainda a percorrer.
O líder da FNLA reconheceu que este combate tem sido possível graças também ao empenho da Procuradoria Geral da República (PGR) e dos outros órgãos correspondentes inseridos nesta cruzada.
Para melhor desempenho desta instituição, Ngonda defende que se atribua mais poderes à PGR, justificando que este órgão tem estado, em alguns casos, a encontrar obstáculos para fazer o seu trabalho.
Na longa entrevista, defendeu que o desaparecimento da corrupção em Angola passa pelo” desmantelamento do sistema que a criou”, sublinhando que ela não se combate com os discursos, mas com práticas, realçando que a melhor forma de lutar contra a corrupção é a fiscalização das acções do Governo.
Desvaloriza Congresso da FNLA
Ao longo da Grande Entrevista, Lucas Ngonda desvalorizou o Congresso realizado nesta Terça-feira, 17, por um grupo de militantes, liderado pelo suspenso secretário- geral, Pedro Mucumbi Dala, no qual se fez eleger por 95 porcento dos votos.
O líder da FNLA explicou que o verdadeiro Congresso realizar-se- á de 16 a 18 de Setembro, em Luanda, com participação das três alas que reivindicam a liderança deste partido, incluindo o do histórico Ngola Kabangu.
“Aquele não é nenhum Congresso, é um espectáculo”, minimizou, para quem o verdadeiro conclave, que será o V, reunirá a família FNLA, e durante o qual será escolhido o novo líder do partido, e resolver as causas profundas que enfermam a vida interna deste partido fundado por Holden Roberto.
Para Lucas Ngonda, o secretáriogeral não tem competência para provocar e realizar um conclave, como regem os estatutos do partido.
Por outro lado, criticou o desempenho do Tribunal Constitucional (TC) pelo facto de ter deixado passar pessoas singulares ou sem competências para realizarem conclaves em determinados partidos, como é o seu. “O Tribunal deve ter a boa vontade de aconselhar, dialogar com a direcção legal dos partidos e nunca ser desestabilizador”, desabafou.