O Presidente da República, João Lourenço, concedeu ontem, no Palácio Presidencial da Cidade Alta, em Luanda, uma audiência ao secretário-geral da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), Mohammad Sanusi Barkindo, com quem abordou questões relacionadas às condições actuais do mercado de petróleo e gás. No final da audiência, Mohammad Sanusi Barkindo disse à imprensa que o encontro com o Presidente da República serviu também para analisar todos os eventos que ocorreram este ano.
Relativamente ao período de tendência baixista que teve início em Novembro de 2014, o secretário- geral lembrou que todos os países produtores de petróleo, bem como os países consumidores, ficaram bastante afectados com essa recessão. Para os países produtores de petróleo, referiu que o pior foi vivenciar uma severa recessão económica pelo facto de se ter verificado baixas nos preços do petróleo, acentuadas em cerca de 80 por cento desde 2014 a 2016, o que consequentemente reduziu os investimentos no sector petrolífero. “Face a essa tendência, houve necessidade de se começar a trabalhar para uma nova política, alguns países, como os Estados Unidos, perderam cerca de 100 empresas que em um ano entraram em falência no sector petrolífero”, disse. No que respeita às receitas, o responsável afirmou que se perdeu cerca de meio trilião de dólares por causa dessa recessão, afectando todos os países.
Mecanismo de cooperação Para superar a recessão, disse que foi criado em Novembro de 2016 um mecanismo de cooperação para se conseguir estabilizar o mercado petrolífero. Esse mecanismo resultou na assinatura de uma declaração de cooperação que juntou, na altura, cerca de 25 Estados produtores e não produtores, tendo sido criado na sequência um mecanismo de cooperação a que se chamou de GTC, que se reúne mensalmente. A referida declaração, segundo o secretário- geral, estancou as baixas e proporcionou uma estabilidade que se verificou desde Janeiro de 2017 a Junho de 2018. Apelou aos Estados OPEP e não OPEP a envidar esforços no sentido de se manter a estabilidade e a previsão para o próximo ano. “As crises petrolíferas são cíclicas e, sendo assim, nós devemos trabalhar no sentido de reduzir os impactos de cada ciclo”, avançou.
PR concede segunda entrevista colectiva
Depois da primeira entrevista colectiva concedida a 8 de Janeiro deste ano, no Palácio Presidencial, o Presidente da República, João Lourenço, volta a reunir-se com os jornalistas para, novamente, se colocar à disposição para as perguntas que se entender que lhe devem ser feitas. A informação foi prestada ontem à imprensa pelo secretário de Estado para a Comunicação Institucional da Presidência da República, Luís Fernando.
Explicou na ocasião que, à semelhança da primeira entrevista colectiva, esta também terá lugar no jardim do Palácio Presidencial, e será aberta a órgãos de imprensa nacionais e estrangeiros que se encontram acreditados junto das entidades competentes. Avançou que o Presidente da República estará disponível para responder a perguntas pelo período de tempo que se mostrar razoável, na proporção de uma para cada um dos órgãos que se farão representar.