Texto de: Constantino Eduardo, em Benguela
Alberto Ngalanelã, que garante estar a afinar a máquina partidária tendo em vista as eleições autárquicas, previstas para 2020, salienta que o elevado custo de vida, alimentado pela queda galopante do poder de compra, figurará na lista das grandes preocupações dos angolanos, sustentando que os cidadãos tomaram agora conhecimento de que o seu sofrimento nunca se deveu à UNITA, porquanto, segundo disse, toda estratégia montada alegadamente pelo seu arquirrival MPLA de diabolizar a figura do seu líder-fundador, Jonas Savimbi, redundou-se em fracasso.
O também deputado à Assembleia Nacional critica a estratégia do actual Executivo de combate à corrupção, por estar a criar um ‘exército’ de desempregado no país, degradando, deste modo, o quadro socio-económico: ‘ Porque a equipa que pretende capitanear o combate à corrupção pertence ao partido no poder, que institucionalizou a própria corrupção’, justifica.
O político, que em 2019 vai continuar as acções de reforço das estruturas de base a pensar nas autarquias, diz que o seu partido sempre alertou ‘que combater a corrupção é combater o MPLA, daí que a equipa que está a ensaiar este combate já está a sentir na pele as picadas dos seus colegas marimbondos’.
Ngalanelã acredita que a pretensão de combate à corrupção é um exercício para tentar branquear a imagem do MPLA para se perpectuar no poder, transmitindo, principalmente aos menos atentos, a ideia de que a mudança ‘é possível dentro do MPLA’ a quem responsabiliza pela degradação do tecido económico e social do país.
‘O país, hoje, anda de mãos estendidas de caridade da China e da Europa, quando os governantes que delapidaram o erário público acumularam fortunas que ultrapassam os montantes de sucessivos OGE andam por aí’, lamenta o político, que ensaia estratégia para em 2019, no âmbito das eleições autárquicas, governar um dos dois municípios geoestratégicos da província, entre Benguela ou Lobito.