Lixo no Lobito “desemprega” mais de 30 funcionários da AmbiÁfrica

Lixo no Lobito “desemprega” mais de 30 funcionários da AmbiÁfrica

Em causa está a cessação do contrato de prestação do serviço de recolha de resíduos sólidos que a AmbiÁfrica mantinha com a Administração Municipal do Lobito

POR: Constantino Eduardo, em Benguela

Mais de 30 funcionários da AmbiÁf r ica perderem, na Segunda-feira, 21 de Maio, os seus postos trabalho, por alegada falta de liquidez da empresa para honrar os compromissos contratuais. A situação financeira da AmbiÁfrica deteriorou-se com a rescisão do contrato de prestação de serviço por parte da Administração Municipal do Lobito, soube OPAÍS de fonte ligada à empresa. A Administração da “Cidade do Flamingo”, como é conhecida, em nota tornada pública recentemente, dá conta de que prescinde dos serviços de algumas operadoras, em razão do actual momento de crise que caracteriza a província, e a recolha passa a ser efectuada porta-à-porta, mediante contrapartida dos munícipes de 150 a 200 Kz.

A decisão da Administração, que tem à testa Nelson da Conceição, pôs fim a uma relação contratual de longos anos. Segundo fontes da AmbiÁfrica, sob anonimato, desde Segunda-feira, 21, por incapacidade financeira, a empresa mandou os funcionários para casa. “Faltava-nos apenas dar a conhecer aos funcionários esta difícil decisão da empresa. Mas posso garantir que, hoje, 22 de Maio, e desde ontem, os 30 funcionários já têm as suas cartas de rescisão em mãos. Nós estamos igualmente a proceder à retirada das nossas barcas (contentores) da cidade do Lobito”, contou a fonte contactada na tarde de Terça- feira.

Sem revelar o montante da dívida que o Governo tem para com a empresa, a fonte lamenta o facto de o quadro ter atingido tais proporções – pois são famílias que ficam sem fontes de rendimento – e apela às autoridades competentes para que definam políticas proteccionistas que assegurem a condição social dessas pessoas que perderam os seus postos de trabalho, de modo a não criar outros problemas sociais decorrentes dessa condição, como a delinquência, por exemplo. Em declarações à imprensa, o administrador municipal do Lobito, Nelson da Conceição, esclareceu que o sistema que era praticado – a recolha pelas operadoras – não surtiu os efeitos esperados, daí a decisão institucional. “Porque as grandes empresas acarretam custos elevados para o Governo”, salientou.

Neste sentido, não havendo orçamento previsto para a recolha de resíduos sólidos, declarou Nelson da Conceição, a sua administração decidiu definir uma nova realidade denominada “experimental”, para a qual vão habilitar pequenos operadores. A cidade foi dividida em nove zonas. As recolhas deixarão de ser por contentor e passarão a ser efectuadas portaa- porta, num horário acordado com os operadores, preferencialmente das 16 às 20 horas. Como é lógico, esses operadores deverão ter alguma contrapartida e, em princípio, foram estabelecidos os preços de 150 Kz para os moradores da zona alta da cidade e 200 kz para os que moram na zona baixa”, elucidou o governante.