Para se colocar cobro a esta situação, o ministro da Construção, Manuel Tavares, afirmou ontem, na cidade do Lubango, capital da província da Huíla, ser necessário optar pela redução dos preços nas empreitadas das obras públicas, através de concursos públicos
POR: João Katombela, na Huíla
Ao discursar no II Conselho Consultivo do Ministério da Construção, Manuel Tavares disse que o sector que dirige pretende enquadrar as acções dos vários sectores governativos que constituem o Estado angolano no novo contexto macro-económico. Para o efeito, o responsável defendeu a necessidade de os gestores públicos se pautarem por uma governação mais transparente no que toca à prestação de contas de todas as actividades por si realizadas. “Não será possível o nosso país sobreviver com as práticas de esbanjamento do passado, por isso, no nosso sector, temos de trabalhar para reduzir cada vez mais os preços das empreitadas” disse.
Por outro lado, o responsável ministerial, que falava à margem do II Conselho Consultivo decorrido na cidade do Lubango, em alusão ao Dia do Construtor, comemorado ontem,3 de Dezembro, reconheceu haver uma paralisação no crescimento médio do sector da construção, na ordem dos 2,4 por cento. Esta paralisação, segundo disse Manuel Tavares, deve-se ao baixo preço do petróleo, associado ao alto valor da dívida pública total acumulada. Para o próximo ano, de acordo com o ministro, prevê-se um crescimento do sector de 2 por cento.
Esta paralisação registada no desempenho deste sector, segundo o governante, está ligada à redução na despesa do orçamento de investimentos públicos do sector. “Passamos de 4 mil milhões de dólares americanos para cerca de 800 milhões, cujo financiamento tem sido afiançado substancialmente pelos parceiros económicos através das linhas de crédito da China, de Portugal, Alemanha e Holanda”, revelou. As linhas de crédito destes países, explicou o ministro, suportam as importações de bens e serviços fornecidos pelas empresas dos respectivos países com os quais Angola tem relações.
Criado Programa de Salvação das Estradas
O estado actual das estradas nacionais tem vindo a ser alvo de muitas críticas da parte dos seus utentes, na província da Huíla por exemplo, de um total de 4.662 quilómetros de rede viária, apenas 937 foram reabilitados. Esta realidade pode ser alterada nos próximos tempos, com a criação de um programa denominado “Salvação de Estradas”. Sem adiantar os valores monetários para a execução do referido programa, o ministro da Construção garantiu que o mesmo será financiado por uma linha de crédito interna dos bancos comerciais nacionais.
Para o efeito, foram já lançados concursos para o Programa de Salvação das Estradas, estancamento de ravinas e outros projectos de reabilitação de vias rodoviárias. Por seu turno, o governador Provincial da Huíla, Luís da Fonseca Nunes, disse que em relação às pontes, a província da Huíla enfrenta um grande problema, sobretudo naqueles municípios produtores de cereais e minerais. Para corrigir a realidade, são necessários 300 metros de ponte metálicas.